O deputado Eduardo Sciarra, ex-líder do PSD, em discurso no plenário da Câmara, nesta quarta-feira (19), lembrou a comemoração dos 120 anos de um dos eventos mais decisivos da história republicana do Brasil, o episódio do Cerco da Lapa, ocorrido entre janeiro e fevereiro de 1894.
“Nós vivíamos o início da República, com o segundo Presidente, Floriano Peixoto, num regime de ditadura militar que impulsionou muitas rebeliões no país. Em especial, queremos lembrar aqui a do Cerco da Lapa, município do Estado do Paraná, que, com muita honra, represento na Câmara dos Deputados”, disse Sciarra.
Na revolta, lutaram os chamados “pica-paus”, ou legalistas, fiéis a Floriano Peixoto. Do outro, os maragatos, combatentes da Revolução Federalista do Rio Grande do Sul chefiada pelo ex-senador Gaspar da Silveira Martins.
“O Cerco da Lapa foi um grande evento, que marcou a história brasileira tragicamente, com mortes de lapeanos importantes. Porém, deixou, sem dúvida nenhuma, uma grande contribuição, na medida em que permitiu que restabelecêssemos a paz em nosso País”, lembrou o parlamentar.
O conflito que culminou nas ruas da Lapa teve início no Rio Grande do Sul e se alastrou pelos três estados do Sul, chegando até o Rio de Janeiro, e tinha o objetivo de depor o Marechal Floriano Peixoto. A Lapa foi o último obstáculo para as forças contrárias à República e resistiu por 26 dias até assinar sua rendição.
“A Lapa era justamente o caminho das tropas, de quem ia do Rio Grande do Sul ao Sudeste brasileiro. Esse combate na fez com que as forças legalistas se organizassem e ganhassem tempo, para depois esvaziar o movimento que pretendia questionar a República”, disse Sciarra.
O deputado também homenageou um importante nome da história, o General Carneiro. “Quero deixar aqui registrado o nome desse grande herói lapiano, que morreu no dia 9 de fevereiro de 1894, defendendo bravamente a posição que lhe competia como oficial. Lembremos também das quase 500 pessoas mortas no combate”.
Verônica Gomes