O município de Entre Rios do Oeste, a 700 Km de Curitiba, vai ganhar o primeiro biogasoduto do país, para gerar energia a partir do gás produzido por dejetos de suínos. A Companhia Paranaense de Energia (Copel) confirmou na manhã dessa segunda-feira (13) que irá financiar o projeto com recursos do fundo de Pesquisa e Desenvolvimento, aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), na ordem de R$ 19,5 milhões, em reunião agendada pelo deputado Eduardo Sciarra (PR), líder do PSD na Câmara, com a participação do prefeito do município, Jones Neuri Heiden.
De acordo com o diretor de desenvolvimento de negócios da Copel, Jonel Iurk, o biogasoduto deverá ser concluído em três anos. Ele destacou que o projeto se encontra em fase de pesquisa e desenvolvimento. “Vamos gastar o tempo necessário em planejamento, para que a implantação do projeto ocorra com segurança”, enfatizou o assistente da diretoria, José Marques Filho, que destacou a importância do envolvimento da comunidade durante todo o processo.
“Esta reunião dá o ponta-pé inicial neste projeto inovador de aproveitamento dos dejetos de suínos que hoje representam uma ameaça de contaminação à região do lago de Itaipu”, enfatizou Sciarra.
De acordo com o secretário executivo da Associação de Desenvolvimento do Extremo Oeste do Paraná (Adeop), Elsídio Cavalcante, Entre Rios do Oeste possui menos de 4 mil habitantes e cerca de 130 mil cabeças de suínos, distribuídas em 96 granjas. Desse total, 63 propriedades abastecerão o biogasoduto, cuja rede abrangerá dois terços do território do município. As demais propriedades deverão participar da segunda etapa do projeto.
O gás será captado por meio de biodigestores instalados nas granjas, cuja aquisição será facilitada com financiamentos oficiais. Os biodigestores são equipamentos facilmente encontrados no mercado. “Esse gás é produzido pela ação de bactérias nos tanques de esterco”, explicou Cavalcante. “A grande novidade será a construção da rede de dutos até a usina que transformará o gás em energia elétrica”.
Estima-se a produção de energia suficiente para abastecer uma cidade com 40 mil habitantes. Além do abastecimento residencial, comercial e industrial de toda Entre Rios do Oeste, a Copel poderá comercializar o excedente produzido. Parte do gás, de acordo com Cavalcante, será vendido para indústrias da cidade.
Da Assessoria