Em discurso no plenário dessa terça-feira (3), o líder do PSD na Câmara dos Deputados, Eduardo Sciarra (PR), defendeu a PEC 349/01 que extingue as votações secretas no Congresso Nacional, e nos legislativos estaduais e municipais.
O líder frisou a necessidade dos representantes políticos refletirem sobre o momento que vive o país e defendeu o voto aberto como uma medida de transparência do legislativo e resposta aos questionamentos da sociedade. “A imagem dessa casa está cada vez mais enxovalhada. Os cidadãos têm direito de saber o posicionamento de cada um dos representantes políticos”, disse.
Sciarra ainda atribuiu a absolvição de Nathan Donadon, na semana passada, à existência do voto secreto. “Infelizmente, tivemos o dia mais vergonhoso dessa casa. Ao todo, 172 parlamentares se esconderam sob o voto secreto para absolver um presidiário, faltou a eles consciência do momento político que vivemos”.
O deputado já defendia o voto aberto desde o primeiro turno da PEC, ocorrido em 2006. Participou também da Frente Parlamentar em Defesa do Voto Aberto. Para ele, o caso Donadon demonstrou a urgência de maior transparência nas ações do Congresso Nacional.
“Os que votaram pela absolvição não foram execrados pela opinião pública simplesmente por não sabermos quem eram. Ao invés disso, receberam as críticas aqueles que não estavam na Casa no momento da votação”, acrescentou.
Em votação ocorrida logo após o discurso de Sciarra, a PEC foi à votação e aprovada por unanimidade da casa: dos 453 presentes, 452 votaram à favor do voto aberto e apenas o presidente, por motivos regimentais, se absteve da votação. Agora a proposta vai ao plenário do Senado.
Verônica Gomes