Em pronunciamento na Câmara, o deputado Raul Lima (PSD-RR) ressaltou as melhorias no intercâmbio comercial entre o Brasil e a Venezuela após a adesão daquele país no Mercosul. Porém, ele frisou que as oportunidades criadas a partir daí ainda não conseguiram atingir positivamente os estados de Roraima e do Amazonas.
Para Raul Lima, o Mercosul não pode se restringir apenas a um intercâmbio comercial e Roraima, seu Estado, não pode arcar com problemas decorrentes desse intercâmbio, como os abusos de autoridade na fronteira, por exemplo.
“A entrada da Venezuela foi um incremento sensacional. Há 10, 15 anos, falávamos de um intercâmbio comercial de 150 milhões de reais. Hoje, estamos falando de um intercâmbio de 6 bilhões de dólares por ano, mas o Mercosul não pode ser, de forma alguma, apenas dinheiro, não pode ser apenas negócio. Existe uma integração entre Brasília e Caracas, mas a minha terra fica com ônus, Roraima não ganha nada com isso. Existem problemas diversos na fronteira, abusos de autoridade, práticas não coerentes com a realidade e isso não melhora. E para que aconteça uma integração não pode ser apenas comercial, ela também tem que ser uma integração cultural, de irmandade”, declarou.
Entre as principais dificuldades para uma significativa integração do Mercosul e dos dois Estados, Lima disse que é fundamental e urgente que a BR 174 – entre Roraima e o Amazonas – se mantenha aberta após às 18h. “A BR-174 é uma estrada federal e está sendo fechada por uma Organização não Governamental (ONG), que não tem poder de polícia, todos os dias às 6 horas da tarde. É um absurdo o que acontece na minha terra e isso ocorre num Estado que faz divisa com o Amazonas e faz fronteira com a Venezuela. Convidei publicamente o Ministro da Justiça para dar esclarecimentos sobre essa questão porque nós precisamos, de fato, de um posicionamento claro em relação a isso”, enfatizou.
O discurso de Raul Lima ainda incluiu a ausência de acordo por parte do governo brasileiro para permitir que médicos formados em outros países possam exercer, em sua plenitude, a medicina no Brasil. Em visita ao município de Eirunepé-AM, o deputado afirmou que entre os oito profissionais que estão lá somente dois são brasileiros, o resto é estrangeiro. “Todo o Estado do Amazonas e toda a região Amazônica estão sofrendo muito com a falta de profissionais da área de medicina. Em qualquer município do estado do Amazonas há esse tipo de problema, pois o diploma não é aceito, não é revalidado”, afirmou Lima.
Da Redação
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