Os deputados Delegado Éder Mauro e Joaquim Passarinho, ambos do Pará, cobraram explicações, nesta quarta-feira (22), em audiência pública na Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e Amazônia (Cindra), sobre os sucessivos aumentos da tarifa de energia elétrica em todo o estado.
Segundo eles, o Pará é responsável pela produção da maior parte de energia consumida no país, mas não tem tido nenhuma vantagem por garantir esse benefício aos brasileiros. “Vimos algo inédito no estado que foi o reajuste da tarifa por duas vezes. Todo o tipo de reajuste referente à concessão pública, a serviço prestado ao governo, até mesmo o salário mínimo, acontece uma vez no ano. Porque nós, que somos o maior produtor deste bem, temos que conviver com este abuso?”, perguntou Passarinho.
Em janeiro de 2015, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou o reajuste de 83,33% na bandeira vermelha – quando as termelétricas são ligadas e ocorre aumento de custos –, o que fez com que a tarifa subisse de R$ 3 para R$ 5,50 a cada 100 KWh consumido. No Pará, no entanto, houve ainda um reajuste extraordinário de mais 5,5%.
O deputado Delegado Éder Mauro questionou os representantes da Aneel e da concessionária Centrais Elétricas do Pará (Celpa) sobre a qualidade dos serviços prestados e a possibilidade de implantar uma taxa igualitária de reajuste em todo o Brasil. “Na hora de produzir e levar energia para todo o país, o Pará é exaltado. Porém, quando é para se debater um rateio justo de taxas, sempre ficamos com a maior parcela. As empresas e concessionárias precisam parar de visar lucros astronômicos que recaem sobre a população”, pontuou.
Renan Bortoletto