Em discurso feito da tribuna da Câmara nesta segunda-feira (17), o deputado Onofre Santo Agostini (PSD-SC) homenageou Orestes Golanovski, a quem ele considerou o maior doador de sangue do mundo. Morador de Canoinhas, no Planalto Norte de Santa Catarina, Orestes faleceu em Curitiba aos 73 anos de idade, na última sexta-feira.
“A solidariedade perdeu um grande aliado”, resumiu o deputado do PSD, ao dar a notícia. “Ele foi internado às pressas depois de passar mal. Ele foi levado para Curitiba, onde estava se tratando de um câncer”.
Natural de Canoinhas, o homenageado criou a Associação de Doadores de Sangue da Região de Canoinhas (Adosarec). O filho dele, Silmar Golanovski, mostrou orgulho ao falar do pai. “O maior legado dele é que conseguiu estabelecer na cidade a cultura da doação de sangue. Aqui, para cada bolsa de sangue que nós necessitamos, coletamos outras três para o restante do Estado”.
Onofre Santo Agostini revelou que o amigo Orestes realizou 187 doações e só parou com este gesto de solidariedade aos 65 anos, considerada a idade-limite para doar. Foi vereador por dois mandatos e presidente da Câmara de Vereadores. Em 2010, foi homenageado com a Medalha do Contestado e ganhou um selo comemorativo dos Correios.
No seu discurso, Onofre Agostini disse: “Foi ideia de Orestes Golanovski fundar uma associação, pois tinha certeza de que, sozinho, não seria capaz de solucionar os problemas de sangue na região. Sua real intenção era a de que ninguém mais padecesse por falta de sangue”.
Ainda de acordo com o relato do parlamentar catarinense, “algumas vezes Orestes chegou a fazer duas doações em um mesmo dia. Ele fez isso pela absoluta falta de pessoas para doar sangue”.
A primeira doação feita por Orestes Golanovski ocorreu no distante ano de 1958 quando prestava o serviço militar no Rio de Janeiro. Quando voltou para Canoinhas, continuou a sua batalha em prol das pessoas que precisavam de doações de sangue. Daí em diante nasceu o sonho da Adosarec.
Com o ônibus que recebeu do governo de Santa Catarina, ou mesmo com a kombi adquirida pela associação, milhares de doadores foram enviados a diversos municípios do Brasil. Foram atendidos mais de 2.500 pacientes, todos eles sem nenhum custo para as famílias.
Para manter-se, a associação vive de apoio da comunidade e de promoções organizadas para adquirir fundos, pois o trabalho realizado pela entidade é sem fins lucrativos. “Tudo lá é feito com amor e em solidariedade ao próximo”, concluiu Onofre Santo Agostini.
Da Redação
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