O deputado federal Junji Abe (PSD-SP) é o novo integrante da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Formado por representantes do governo e de entidades do setor privado nos diversos elos da corrente produtiva, o colegiado visa estimular o desenvolvimento do segmento, com competitividade e sustentabilidade.
“É uma grande satisfação poder integrar a Câmara Setorial, contribuindo com o fortalecimento de um segmento tão importante para o agronegócio brasileiro, que também responde por 99 mil empregos diretos e 738 mil indiretos – somente em produção, transporte, atacado e varejo”, manifestou-se o parlamentar.
As diretrizes do trabalho a ser empreendido pela Câmara Setorial constam da Agenda Estratégica 2010-2015, que ordena, organiza, sistematiza e racionaliza as ações e metas do colegiado.
“A principal missão é agir pensando no futuro, a partir da concretização de planos de médio e longo prazo”, definiu Junji, ao destacar que o colegiado objetiva contemplar a cadeia produtiva como um todo.
Junji participa da Câmara Setorial substituindo o falecido deputado Moacir Micheletto (PMDB-PR). “É uma responsabilidade ainda maior, considerando os reconhecidos méritos do saudoso Micheletto na defesa da agropecuária nacional”, ponderou o parlamentar que também registra um histórico de luta em benefício do setor agrícola, acumulando mais de 50 anos de atuação como líder rural.
Para dimensionar a importância da produção nacional de flores e plantas ornamentais no fortalecimento do agronegócio brasileiro, Junji deu números – os únicos existentes até agora e que não englobam a cadeia toda. O segmento fechou o ano de 2010, movimentando cerca de R$ 4,4 bilhões, sem incluir os valores referentes aos insumos, como sementes, fertilizantes e defensivos agrícolas, por exemplo. O significativo PIB – Produto Interno Bruto do setor vem do trabalho de 7,2 mil produtores que cultivam 9 mil hectares (90 milhões de metros quadrados) a céu aberto e em estufas.
Mesmo assim, pontuou o deputado, o consumo nacional desses produtos é muito baixo no Brasil. Cada brasileiro gasta US$ 9 dólares, o equivalente a menos de R$ 17, por ano em flores e plantas ornamentais. Na Suíça, o gasto per capita anual é de US$ 174.
O baixo do consumo per capita de flores e plantas ornamentais no Brasil é uma situação que se repete com as hortaliças e frutas. Junji disse que o quadro constroi mais um indicador de que “algo precisa ser azeitado” nas cadeias produtivas. Ele apontou a escassez generalizada de informações sobre as cadeias produtivas como um dos principais entraves para o fortalecimento do setor. “Nosso principal desafio é a sistematização dos dados para apurar o diagnóstico e, então, trabalhar nas soluções”, atestou, defendendo também a maior sinergia entre os diversos atores.
Quanto ao segmento de flores e plantas ornamentais, Junji estreou na Câmara Federal propondo uma emenda à LOA – Lei Orçamentária Anual de 2012. Acolhida pela União, a proposta destina R$ 200 mil para a elaboração de uma radiografia da cadeia produtiva e do mercado consumidor de flores no Brasil.
De acordo com Junji, os recursos serão repassados à Ocesp – Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo a fim de que a Veiling Holambra realize o estudo destinado a subsidiar as ações para dinamizar a estrutura produtiva, principalmente por meio de cooperativas, ampliar o consumo interno e incentivar as exportações.
A Veiling Holambra é o maior centro de comercialização de flores e plantas ornamentais do País, respondendo por 45% do mercado nacional, além de ter reconhecida atuação nos Estados Unidos e Europa, como explicou Junji. A cooperativa trabalha com mais de 400 fornecedores da macrorregião campineira e de outros grandes polos produtores.
Ao pontuar que não existe no Brasil um levantamento preciso sobre a cadeia produtiva de flores e plantas ornamentais e nem sobre o mercado do setor, Junji assinalou que o diagnóstico técnico a ser elaborado com recursos financeiros do governo federal trará “informações preciosas para o planejamento e execução de ações” voltadas a aprimorar a atuação de todos os elos da corrente e atender com eficiência quem compra os produtos.
Apurar eventuais obstáculos que têm de ser eliminados para estimular o brasileiro a comprar mais é uma das metas do mapeamento. “Principalmente com o célere crescimento da classe média. O que o consumidor deseja? De que forma quer? Até quanto está disposto a gastar? Estas são algumas perguntas que, respondidas, abrirão caminho para a expansão e fortalecimento do setor no mercado interno e no exterior”, descreveu Junji.
As cadeias produtivas de olerícolas (verduras, legumes, tubérculos e bulbos), champignon, mel e derivados e de outros itens destinados ao abastecimento do mercado interno – todas abrangidas pela Pró-Horti – terão de passar por mapeamento completo, assim como o proposto para as flores, como detalhou o deputado.
O início do trabalho pela cadeia produtiva de flores se deve ao fato de a Veiling Holambra ser uma cooperativa já estruturada para traçar a radiografia. “Em outros tempos, teríamos as grandes cooperativas agrícolas, como Cotia e Sul Brasil, para fazer o mapeamento em áreas como a de hortaliças. Entretanto, ambas sucumbiram diante da escalada inflacionária e não surgiram outras com condições de assumir a tarefa”, analisou.
O crescimento do agronegócio tem impacto positivo direto sobre o bem-estar social. Com a expansão do setor, enumerou Junji, “ganha toda cadeia produtiva, inclusive o consumidor que ganha em qualidade e preços, ganha a economia brasileira em aumento de receita, ganha a sociedade em empregos, renda e mais investimentos públicos em setores essenciais”, como educação, saúde e transportes.
Mel Tominaga
Assessora de imprensa do dep. Junji Abe