O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo participou de audiência pública, nesta terça-feira (4), na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara, com a finalidade de explicar aos deputados os detalhes da Operação Porto Seguro da Polícia Federal.
O ministro fez questão de revelar que a Operação transcorreu na mais absoluta normalidade e que não houve nenhuma transgressão por parte da Polícia Federal. E garantiu que não há quadrilha no seio da Presidência da República.
Sobre isso, Moreira Mendes (RO) comentou: “A presidência da república é um órgão muito grande. Pode ser até que não exista uma quadrilha no seio do Palácio do Planalto. Talvez a presidente da República não tivesse conhecimento do que ocorria, mas que a quadrilha existiu, existiu, tanto é verdade que todas as mídias denunciaram e o próprio ministro concordou”.
Sobre a afirmação do ministro José Eduardo Cardozo de que a PF não é polícia de Governo, mas sim do Estado, o deputado Junji Abe (SP) disse: “Entendo, concordo com o ministro porque, se fosse uma polícia de governo, até acredito que outros episódios não teriam componentes da Polícia Federal atuando de maneira altaneira, praticamente autônoma a serviço da nossa pátria, a serviço da nossa sociedade. Se constatássemos que está havendo uma inclinação para que a PF defenda os interesses do Governo, evidentemente que nós, parlamentares, seremos os primeiros a contestar, denunciar tal fato”.
O Governo pretende duplicar a segurança nas áreas fronteiriças até 2014, ano em que o país sediará o Mundial. Junji Abe concordou: “Não só a fronteira da região Norte, mas na Oeste e Sul, existem problemas imensos. Mas, como não é tarde para certas providências, evidente que o Governo que deixou muitas e muitas décadas as fronteiras totalmente livres, precisa, em função de uma intervenção de drogas, vindas não só de países sul-americanos, mas também de outros países, adotar alguma providência.
Sobre a afirmação de que o Brasil é um país violento, feito pelo ministro da Justiça, o parlamentar do PSD comentou: “Era (o Brasil) mais pacífico. Começamos a sentir essa violência de umas duas décadas para cá. Lamentavelmente, governos, seguidamente, não foram capazes de conter essa violência. O crime sempre existirá, mas não nessa intensidade e proporção. Atrás de tudo isso está o crime organizado. Estamos perdendo a guerra contra o narcotráfico”.
Da Redação