Uma comissão de deputados, senadores e empresários da agropecuária do Paraguai, esteve nesta terça-feira (26) em Brasília. Eles foram recebidos pelo deputado Homero Pereira (PSD-MT), presidente da Frente Parlamentar Agropecuária.
O objetivo, segundo eles, foi o de conversar com seus colegas do Congresso e explicar-lhes a real situação em que se encontra o País após a saída do presidente Fernando Lugo.
O presidente da Comissão Constitucional do Congresso do vizinho país, senador Miguel Saguier, defendeu a legalidade do impeachment e justificou a celeridade do processo ao temor de que o ex-presidente, no pleno exercício do cargo, atropelasse o Congresso paraguaio durante o julgamento político.
“Estão dizendo que violamos o direito de defesa do Lugo, mas não nos deixam participar da reunião do Mercosul. Não nos dão nenhum minuto para poder mostrar nossos argumentos. Creio que estão julgando o Paraguai de maneira injusta. De 80 deputados, 76 votaram contra Lugo. De 45 senadores, 39 votaram contra ele”, argumentou Saguier no encontro com deputados e senadores brasileiros da Frente Parlamentar da Agropecuária.
O parlamentar paraguaio acrescentou, em defesa do afastamento do presidente Lugo: “O nosso sistema é diferente do brasileiro. No Brasil, quando a Câmara dos Deputados acusa o presidente, o suspende de suas funções. No Paraguai, não. O presidente que está sendo submetido ao julgamento político continua com a totalidade dos seus poderes, sendo comandante das Forças Armadas e sendo administrador-geral do país. O que poderíamos fazer?”, disse o senador paraguaio, acrescentando, “não poderíamos esperar três meses”.
Saguier, em entrevista aos jornalistas, ressaltou que não houve desrespeito à democracia. “Não estamos querendo matar a democracia paraguaia. Não é uma questão de grupos conservadores e reacionários. Não podem nos acusar de que estamos violando os direitos”, afirmou.
Por sua vez, o presidente da Associação de Produtores Rurais do Paraguai, Germán Ruiz Aveiro, disse que a falta de apoio político e os constantes conflitos entre agricultores e sem-terra foram as principais razões para o impeachment de Fernando Lugo.
“A nossa preocupação é que se lançou uma ideia internacional de que houve um golpe de Estado e esse foi um recurso parlamentar em que o presidente perdeu apoio. Quando o Partido Liberal retira o apoio e pede o juízo político, ele [Fernando Lugo] cai. Fizeram um juízo político por todos os acontecimentos políticos que vinham acontecendo”, disse.
Da Redação
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