O presidente da Comissão Especial destinada a analisar o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), está em seu primeiro mandatocomo deputado federal. Formado em direito com especialização em marketing, o brasiliense tem 47 anos. Foi administrador de Ceilândia e candidato a deputado federal em 2005, quando recebeu mais de 50 mil votos. Após a prisão do ex-governador José Roberto Arruda, em 2010, Rosso governou o DF por nove meses. Durante a gestão de Arruda, Rosso foi presidente da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan). Com o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, criou o PSD, em 2011. Apesar de ter ministérios importantes no governo, a legenda tem tido uma postura independente no Congresso, ainda mais em relação ao ajuste fiscal.
Ontem, após ser eleito presidente, Rosso disse que se pautará pela Constituição. “Meu patrono é o povo brasileiro. A minha posição com relação ao impeachment será tomada no devido momento, respeitando o processo legal, o contraditório, a ampla defesa e a Constituição. O meu posicionamento é aguardar o trabalho da comissão para que os dados e as informações sejam coletados”, disse. Rosso chamou para a próxima segunda-feira a primeira reunião do colegiado, a fim de definir o plano dos trabalhos.
Relator
O deputado responsável pelo relatório, o líder do PTB, Jovair Arantes, é um dos mais próximos aliados do presidente de Eduardo Cunha. Ele é contra a cassação do mandato que o peemedebista responde no processo por quebra de decoro parlamentar. Dentista por formação, o deputado tem 51 anos e assumiu o primeiro mandato como federal em 1995.
Da base aliada, Jovair disse que ser próximo de Cunha não o compromete. “Estou há 22 anos nesta Casa. Sou próximo de todos os deputados, todos os presidentes. Isso não me impede e não me constrange”, afirmou. Jovair sobe no muro quando questionado se adotará a mesma postura que tem com a situação de Cunha — ele é contra qualquer punição ao peemedebista até que seja julgado na última instância. “Não quero fazer uma espécie de jogo de futebol: Dilma x Cunha. Estou para discutir, relatar e se possível, fazer um relatório que possa ser importante para o Brasil.” (J.C.)