O deputado federal César Halum (PSD-TO) afirmou, nesta quarta-feira (20), que a Rio+20 será uma reavaliação da Eco-92, conferência da ONU realizada no Brasil sobre o ambiente e o desenvolvimento.
Relatório divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) apontou que das 90 metas tomadas como referência a partir daquele evento, apenas quatro foram cumpridas. De acordo com o estudo, nas duas últimas décadas houve agravamento do desmatamento das florestas, pesca excessiva, poluição do ar e da água, além das emissões de gases causadores do efeito estufa.
O deputado lamentou o descumprimento dos objetivos. “O tratado e os acordos firmados naquele período deverão ser reavaliados agora. Os países deveriam ter cumprido o que foi acordado durante a Eco-92. Com certeza, haverá uma cobrança da ONU com todos aqueles que se comprometeram a seguir as metas e não o fizeram”, avaliou.
Halum destacou que a expectativa para a conferência é grande e que caso não haja ações concretas o evento poderá se tornar um fracasso.
“O mundo inteiro espera uma resposta e que as nações se entendam no sentido de que a questão ambiental é fundamental em todos os países, mas isso se tornou teoria e não prática. É necessário um plano de ações urgente ou a Rio+20 será um fracasso é preciso menos discurso e mais atitude”, destacou. O deputado disse esperar uma “proposta enxuta” ao término da conferência. “Espero que não tenhamos 90 itens porque fica claro que, no fim, não serão cumpridos. Desejo que tenhamos algumas linhas e diretrizes marcantes no que diz respeito ao desenvolvimento acoplado à sustentabilidade”, declarou.
Segundo o parlamentar, a preservação do meio ambiente não se trata de um tema filosófico, mas de algo que faz parte do dia a dia da população. “A questão ambiental permeia todas as áreas de atuação da sociedade, com questões práticas na vida das pessoas. E isso é fundamental ser levado em consideração”, afirmou.
Para Halum, a crise ambiental no planeta é grave, mas tem solução. O deputado acredita que é possível haver um crescimento econômico favorável ao meio ambiente. “Solução com certeza tem, mas depende principalmente que os países desenvolvidos entendam que a questão ambiental caminha junto com o lado econômico e financeiro e não é querendo impor condições aos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento que vamos resolver a questão. Os mais ricos que cresceram prejudicando o meio ambiente tem que ser os primeiros a tomar atitudes para recompor os danos ambientais que causaram”, concluiu.
Vinícius Rocha
Assessor de imprensa do dep. César Halum