O presidente da República interino, Michel Temer (PMDB), disse a deputados nesta terça-feira, na primeira reunião da base aliada no Palácio do Planalto, que até sexta-feira vai definir seu líder de governo na Câmara. Temer está emparedado por dois grupos de partidos e dois nomes concorrem pela preferência do peemedebista: André Moura (PSC-SE) e Rodrigo Maia (DEM-RJ). Os deputados disseram a Temer que era “importante” indicar logo seus líderes.
“Temer prometeu que até o final da semana ele apresenta um nome”, disse o líder do PR, Aelton Freitas (MG). Segundo ele, os parlamentares também pediram que Temer indique um nome da Câmara como seu líder no Congresso Nacional.
De outro lado, estão o DEM, PPS, PV, PSDB e PSB – apelidado de “centrinho”. Desse grupo, emerge o nome do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ele não estava na reunião com Temer, ao contrário de André Moura.
Treze líderes também levaram ao conhecimento da equipe de Temer a mensagem de que apoiam o nome de André Moura (PSC-SE) para líder de governo: PTB, PR, PSC, PRB, PTdoB, SD, PTN, PHS, Pros, PSL, PSD, PP e PEN. É nesse grupo do “centrão” que está a maior base de apoio ao presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), amigo de Moura.
“Vamos ter uma conversa ainda hoje. Há qualquer momento haverá um ‘papa’. Essa é a semana da maturação. Mas essa é uma decisão de governo”, disse Jovair Arantes (GO), líder do PTB, que passou a chamar o bloco de “Ordem e Progresso”, em referência ao lema do governo provisório.
O PMDB também chegou assinar uma carta de apoio a Moura, mas depois foi aconselhado a se manter fora da disputa por ser o partido do governo.
No front – Temer disse que quer fazer uma reunião semanal com os líderes da base aliada no Palácio do Planalto, sempre que tiver espaço na agenda. O presidente interino também determinou que seus ministros façam incursões semanais no Congresso. Ele também conta com ajuda do ex-deputado Sandro Mabel e do ex-governador do Distrito Federal Tadeu Filippelli na articulação política.
“Ele quer união da base”, disse o líder do PSD, Rogério Rosso (DF). Segundo o deputado, Temer disse que era importante colocar a Câmara para “trabalhar e votar”, independentemente de eventuais intransigências de alguns segmentos – como PT, PCdoB, Psol e Rede -, além da dificuldade de governabilidade da Mesa Diretora. Leia-se: a falta de respaldo ao presidente em exercício, Waldir Maranhão (PP-MA). Temer deu sinais de que não se envolverá na disputa. “A Câmara vai saber lidar com esse assunto”, afirmou.