Os líderes partidários não chegaram a um acordo nesta quinta-feira sobre a fase de discussão, na Comissão Especial de Impeachment, do relatório de Jovair Arantes (PTB-GO), favorável ao afastamento da presidente Dilma Rousseff. A decisão, portanto, caberá ao presidente da comissão, Rogério Rosso (PSD-DF). Até esta quinta-feira, havia 118 parlamentares inscritos para debater o relatório, a maioria a favor do impedimento. Como cada integrante da comissão tem direito a 15 minutos de fala e cada parlamentar não membro a 10 minutos, a oposição quer estender os debates pelo fim de semana para evitar o descumprimento de prazos. A discussão começará às 15 horas desta sexta-feira. A votação deverá ser feita na noite de segunda-feira. “Nada impede que se trabalhe no sábado e eventualmente no domingo. A situação do Brasil é de excepcionalidade, há comoção social e todos querem ver o processo encerrado”, disse Antonio Imbassahy (BA), líder do PSDB. O PT discorda. “Não há necessidade nem justificativa regimental para discutir nem votar no sábado e no domingo”, disse o líder da bancada, Afonso Florence (BA). Rogério Rosso foi ao Supremo Tribunal Federal, onde tem uma audiência com o presidente da corte, Ricardo Lewandoswki. Rosso ainda não anunciou uma decisão, mas é favorável à extensão dos debates. Ele argumenta que a Constituição não proíbe a Câmara de funcionar nos fins de semana. (Felipe Frazão, de Brasília)