Eduardo Cunha durante coletiva na Câmara em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)
A sessão do Conselho de Ética desta terça-feira que abriu, depois de oito tentativas, investigação contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), corre o risco de ser anulada. O peemedebista e sua tropa trabalham para aprovar uma ação que leve o processo à estaca zero, rejeitando todos os atos realizados até o momento. Enquanto seus aliados falam em ingressar com um recurso na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Cunha já avalia acionar diretamente o Supremo Tribunal Federal (STF). “Alguma coisa será feita. Todo mundo que tem um mínimo conhecimento de regimento nessa Casa sabe que fizeram um jogo para a plateia e que é nulo o que foi feito hoje”, afirmou. A questão gira em torno de uma votação nesta manhã que vetou a possibilidade de pedidos de vista, o que levaria à paralisação do processo por mais dois dias. Essa manobra regimental é autorizada apenas uma vez e já foi aplicada na apresentação do relatório de Fausto Pinato (PRB-SP). Apoiadores de Cunha defendem que, como Pinato foi destituído e seu sucessor, Marcos Rogério (PDT-RO), apresentou um novo documento, caberia outro pedido de vista. Já o presidente do colegiado, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), pondera que o parecer de Rogério é apenas uma complementação ao voto do ex-relator e que não altera nada na tramitação do processo. (Marcela Mattos, de Brasília)