Veja.com | Colunistas: PP e PRB anunciam apoio ao impeachment e governo se desespera com efeito dominó. “Tchau, querida!”

PR e PSD devem se posicionar pelo afastamento de Dilma até sexta, dizem deputados

O Partido Progressista (PP) e o Partido Republicano Brasileiro (PRB) decidiram apoiar o impeachment de Dilma Rousseff.

A bancada do PP na Câmara aprovou por 37 votos a 9, em reunião na tarde desta terça-feira, a posição favorável ao afastamento da suposta presidente.

Isto significa que os parlamentares serão orientados a seguir a maioria em seus votos, mas não serão punidos caso optem por votar contra o impeachment.

O presidente do PP e líder da ala mortadela do partido, Ciro Nogueira, ainda anunciou que a sigla entregará imediatamente o Ministério da Integração Nacional, comandado por Gilberto Occhi, e a presidência da Codevasf, ocupada por Felipe Mendes.

“É uma decisão que eu não defendia, não vou negar. Mas não me cabe outra alternativa, como seu presidente, que não acatar a decisão”, disse Ciro.

A deputada Iracema Mortadela, digo, Portella, tampouco conseguiu convencer os colegas a permanecer na base aliada, como anunciou que tentaria.

Não deu, querida

Na porta da reunião do PP, fazendo pressão pelo desembarque, manifestantes pró-impeachment do Movimento Brasil Livre tocaram “My heart will go on” (James Horner/Will Jennings), a música-tema do filme “Titanic”, gravada por Celine Dion.

MBL toca Titanic em frente à reunião que define o desembarque do PP do governo. pic.twitter.com/tqqL1REXFy

— Mov. Brasil Livre (@MBLivre) 12 de abril de 2016

O governo vinha tentando comprar deputados do PP com cargos, incluindo o Ministério da Saúde e a presidência da Caixa Econômica Federal, mas a base do partido, principalmente após os debates na comissão do impeachment, acabou pressionando a cúpula liderada por Ciro Nogueira a marcar a reunião.

O deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) teve papel fundamental nesta virada de jogo contra a ala mortadela de Ciro.

“Isso decide a votação. Vários deputados disseram que são contra ou indecisos, mas que seguem posição da bancada”, afirmou Jerônimo.

Nos cálculos de deputados pró-impeachment, 40 parlamentares pepistas deverão votar contra Dilma no domingo.

Desesperado, o governo agora teme o efeito dominó da decisão do PP nos demais partidos, como já aconteceu com o PRB, um dos partidos mais agarrados ao Palácio do Planalto, que controlava, até o mês passado, o Ministério do Esporte em pleno ano olímpico.

Após reunião em Brasília, o presidente do PRB, Marcos Pereira, afirmou que todos os 22 deputados do partido votarão pelo impeachment porque ficou comprovado que “houve crime de responsabilidade”.

Em entrevista ao lado do deputado Celso Russomanno, pré-candidato a prefeito de São Paulo, e do senador e ex-ministro Marcelo Crivella, que concorrerá a prefeito do Rio, Pereira admitiu que as candidaturas do PRB nas capitais influenciaram a decisão. Dilma é péssimo cartaz.

Na segunda-feira, o governo já havia se irritado com o líder do PSD Rogério Rosso por conta de sua declaração de apoio ao impeachment e também com a decisão de Mauricio Quintella de deixar a liderança do PR para apoiar o afastamento da suposta presidente.

Deputados dizem que PR e PSD, até sexta-feira, também devem se posicionar a favor do impeachment.

A avaliação do Planalto é que o vento está mudando contra Dilma.

A avaliação deste blog é que o vento está mudando a favor do Brasil.

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CRONOGRAMA DO IMPEACHMENT

Sexta-feira 15

8h55: Início da sessão de discussão na Câmara sobre o parecer da comissão de impeachment favorável ao afastamento de Dilma.

9h às 11h: Inscrição de deputados para discursar.

– 25 minutos para autores do pedido: Janaína Paschoal, Miguel Reale Jr. e Hélio Bicudo;

– 25 minutos para defesa de Dilma por José Eduardo Cardozo;

– 1 hora para cada um dos 25 partidos políticos, com discursos de 5 deputados indicados por cada líder partidário.

Sábado 16

11h: Continuação da discussão sobre o parecer.

– 3 a 10 minutos para cada líder, variando de acordo com o tamanho das bancadas;

– 3 minutos para cada deputado inscrito.

Domingo 17

14h: Início da sessão de votação do impeachment.

– 25 minutos para o relator da denúncia por crime de responsabilidade de Dilma, Jovair Arantes;

– Orientação das lideranças sobre o voto de cada partido: “sim”, “não” ou liberação de bancada para votar de acordo com a consciência de cada um.

15h: Início da chamada para votação individual.

– 10 segundos para cada deputado enunciar o voto

– A ordem de chamada é matéria de especulação. Deputados da oposição dão como certo que Eduardo Cunha (PMDB-RJ) convocará os parlamentares da região Sul para a Norte. Como as bancadas gaúcha, catarinense e paranaense são menos governistas, isso poderia influenciar indecisos. O governo queria ordem alfabética. O STF rejeitou interferir na decisão. Oficialmente, Cunha tem dito que só definirá a ordem em cima da hora;

– A votação terá transmissão ao vivo de TV Globo, Globonews, Record e TV Câmara.

Noite de domingo (ou, em último caso, segunda 18): Resultado final da votação na Câmara.

Se aprovado, o processo seguirá para julgamento no Senado Federal.

Felipe Moura Brasil ? http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

Felipe Moura Brasil

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