BRASÍLIA – O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse hoje no Congresso Nacional acreditar que o emprego vai voltar a crescer no país caso haja um Orçamento “sólido e realista”.
“O emprego vai vir. A gente vai estabilizar o emprego se superarmos os desafios fiscais de hoje. Tenho certeza que a resposta do emprego a um Orçamento sólido e realista vai ser extremamente positiva”, afirmou.
Levy defendeu a volta da CPMF para pagamentos de aposentadorias, medida que já foi enviada ao Congresso, e a checagem da eficiência de certos programas públicos. “Temos que olhar com atenção cada despesa do setor público. Para ver se cada programa ainda se justifica, se está sendo conduzido da melhor maneira, se há desperdício”, afirmou.
O ministro ainda disse que o país precisa tomar medidas para a desburocratização da rotina das empresas, para evitar a migração das companhias para outros países.
Essas declarações foram feitas em resposta ao líder do PSD na Câmara, deputado Rogério Rosso. O parlamentar começou elogiando o ministro, dizendo que o “povo brasileiro se orgulha” de ter Levy no cargo, “um homem preparado para as atribuições”. Mas provocou Levy ao dizer que o país está em crise e cobrando respostas para a diminuição no nível de emprego.
Previdência
Levy ressaltou que a aprovação de medidas estruturais, como mudanças na Previdência Social, é essencial para que a economia brasileira retome o crescimento. Mas esse tipo de reforma, conforme Levy, não precisa “ficar para o fim”, ou seja, para depois do equilíbrio das contas do governo. “Temos que estar juntos para avançar, virarmos a página da questão fiscal com orçamento de 2016 equacionado para ter tranquilidade”, ressaltou.
Ele Levy destacou que era preciso adotar três passos para resgatar a confiança e, consequentemente, a retomada do crescimento econômico. O primeiro deles é colocar a casa em ordem. Isso vai permitir o segundo passo que é elevar a demanda, o crescimento e reduzir a inflação. O terceiro passo seria aprovar medidas estruturais como, por exemplo, a reforma da Previdência Social.
O líder do DEM, Rodrigo Maia (RJ), questionou o ministro pelo fato de as reformas estruturais fazerem parte do último passo. “Primeiro temos que aprovar reformas estruturantes e para depois ver como fechar o orçamento para que inflação, dólar, juros não saiam do controle”, destacou Maia, acrescentando que a proposta do governo de ressuscitar a CPMF não é uma agenda positiva, proativa.
O ministro Levy concordou com Rodrigo Maia que a questão estruturais não podem ficar para o fim. “Estou dizendo que o efeito dessas propostas é que a gente continue crescendo. Mas algumas questões têm que ser tratadas agora”, comentou o ministro. Segundo Levy, é preciso discutir na previdência social, por exemplo, a adoção de uma idade mínima e medidas de combate a fraudes.
Em mais uma menção ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Levy disse que o ex-presidente adotou várias medidas estruturantes, que ajudaram setores como o da construção civil.
“Acredito que a gente dar atenção às reformas estruturais é importante. Por isso, estamos trabalhando no ICMS”, disse Levy. “Para financiar a reforma do ICMS, nós mandamos MP que canaliza dinheiro da repatriação de recursos para liberação dos Estados que precisam de mais investimento”, acrescentou.