Valor Online: Base avalia como ‘difícil’ situação de Dilma com ameaça de impeachment

BRASÍLIA – Líderes da base aliada do governo na Câmara se reuniram nessa quarta-feira à noite e discutiram propostas alternativas ao pacote de ajuste fiscal apresentado pelo governo, principalmente em relação à nova CPMF. Eles também avaliaram que, diante da possibilidade de um processo de impeachment ser iniciado na Casa, a situação da presidente Dilma Rousseff é “difícil”.

“É um quadro que merece muito cuidado. A aprovação dela [Dilma] nas ruas é muito baixa e a base [de sustentação do Planalto] no Congresso é instável”, afirmou um líder governista. “O clima na Câmara mostra que a situação é grave”, contou outro participante do encontro.

Os participantes da reunião concordaram em levar à presidente Dilma a sugestão de que a reforma ministerial seja anunciada o mais rápido possível e de maneira para garantir a recomposição da base na Câmara.

Além de um eventual processo de impeachment, Dilma também tenta superar as resistências a recentes medidas de controle das contas públicas. O principal item do pacote anunciado neste mês é a recriação da CPMF, que tinha sido “enterrada” já pelo Congresso Nacional. O balanço dos líderes da base é que o governo terá muita dificuldade em aprovar essa proposta, que tem tramitação demorada, pois depende de mudança na Constituição.

Alguns governistas, como o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), começaram a traçar ideias alternativas. Uma delas é um projeto de lei que altera regras tributárias para que títulos da dívida pública sejam usados para cobrir o rombo orçamentário diante da má fase financeira do país.

Deputados também incluíram nesse “pacote parlamentar” a legalização de jogos de azar como forma de elevar a arrecadação federal. Contrário ao aumento de carga tributária, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tem sido informado sobre a iniciativa.

No encontro, o líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), relatou que uma ala do partido está insatisfeita com a política econômica do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, com Aloízio Mercadante (Casa Civil) e com José Eduardo Cardozo (Justiça). Não houve, contudo, pedido para que os ministros deixassem os cargos.

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