m jantar com ministros e lideranças parlamentares no Palácio da Alvorada, a presidente Dilma Rousseff agradeceu nesta noite o apoio de sua base aliada ao governo no Congresso Nacional e saudou a nova equipe econômica. Dilma afirmou, em jantar no Palácio da Alvorada, que foi um ano difícil, de “muitos embates políticos”, mas mesmo assim seus aliados garantiram a aprovação de itens relevantes do ajuste fiscal. Ela ressaltou que sua prioridade no próximo ano será a retomada do crescimento econômico, que será o principal desafio do ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, e é o que a população brasileira espera do governo. Em uma manifestação breve, de menos de 15 minutos, Dilma defendeu-se do processo de impeachment, enfatizando que falta fundamento legal, e apontou os desafios dos ministros Nelson Barbosa e Valdir Simão, do Planejamento. Líderes que participaram do jantar também relataram que Dilma assegurava aos convidados que Barbosa está preparado técnica, política e emocionalmente para a missão. Segundo relatos de líderes presentes ao Valor PRO – serviço de informações em tempo real do jornal Valor Econômico, Dilma afirmou que as razões para a abertura do impeachment “não são adequadas”, já que ela não cometeu crime de responsabilidade. A presidente tem afirmado que as “pedaladas fiscais” não são práticas irregulares, foram praticadas por governos anteriores, e que sua gestão recorreu a elas para impedir a suspensão de benefícios sociais, como o Bolsa Família e o programa Minha Casa, Minha Vida. Mesmo assim, a equipe econômica vai quitar o passivo com os bancos públicos, conforme determinado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O líder do PSD, Rogério Rosso (DF), disse ao Valor PRO que sugeriu a Dilma que Nelson Barbosa “saia do gabinete e vá para a rua” dialogar com a sociedade sobre a política econômica. Rosso, que fez críticas ao estilo do ex-ministro Joaquim Levy, recomendou que Barbosa reúna-se com líderes empresariais, grandes e pequenos, lideranças rurais, representantes de cooperativas. Segundo Rosso, Dilma concordou com essa avaliação. Ele acrescentou que a bancada do PSD apresentará propostas para Barbosa até o dia 15 de janeiro. Quase todos os ministros estavam presentes, além dos principais líderes na Câmara e no Senado. Não compareceram os ministros da Educação, Aloizio Mercadante; da Agricultura, Kátia Abreu; e de Minas e Energia, Eduardo Braga.