Do UOL, em São Paulo
Dois partidos importantes que integraram a base do governo, mesmo rachados, contribuíram para a aprovação do parecer que sugere o impeachment da presidente Dilma Rousseff. A maioria dos parlamentares do PMDB e do PP que estavam na comissão votou pelo sim.
A votação dos parlamentares da Comissão Especial do Impeachment do parecer do deputado federal Jovair Arantes (PTB-GO) ocorreu na noite desta segunda-feira (11). Arantes foi o relator da questão e sugeriu, em seu parecer, que a Câmara dos Deputados deva abrir um processo de impeachment contra Dilma.
Dos seis peemedebistas, quatro votaram a favor do parecer – Leonardo Quintão, Lúcio Vieira Lima, Mauro Mariani e Osmar Terra; João Marcelo Souza e Leonardo Picciani votaram contra.
No PP, a diferença foi: três votaram “sim” ao impeachment (Paulo Maluf, Júlio Lopes e Jerônimo Goergen) e dois optaram pelo “não” (Aguinaldo Ribeiro e Roberto Britto).
A sessão durou quase dez horas, sendo que 38 deputados aprovaram o relatório e 27 se manifestaram contrários. O parecer segue agora para votação no plenário da Casa, prevista para começar na próxima sexta-feira (15) e durar entre dois e três dias.
No pleno da Câmara, os defensores do impeachment precisarão conseguir 342 votos (dois terços do total) a favor da admissibilidade do processo para que ele siga ao Senado. Caso contrário, será arquivado.
Vale destacar que na amostragem da Comissão Especial, nesta segunda-feira, o “sim” ao afastamento não atingiu os 2/3 que serão necessários em plenário: em vez dos 66,6% dos votos, conquistou apenas 54,4%.
Outra curiosidade da sessão foi a postura do presidente da Comissão, Rogério Rosso (PSD-DF). Ele tinha afirmado que só iria se manifestar em caso de empate, mas acabou votando a favor da abertura do processo.
Quatro membros titulares da comissão não votaram e foram substituídos por suplentes. São eles: Benedita da Silva (PT-RJ) e Orlando Silva (PCdoB-SP), que votaram contra o relatório de Jovair Arantes, e Laudivio Carvalho (SD-MG) e Bruno Araújo (PSDB-PE), que se posicionaram a favor do processo de impeachment.
Dos deputados titulares que haviam se manifestado a favor ou contra o impeachment anteriormente, nenhum mudou de opinião. Entre os 10 que se diziam indecisos, três não votaram.
Os sete restantes se dividiram em três contra Dilma Rousseff (Rogério Rosso, Tadeu Alencar e Welinton Prado) e quatro contra a continuidade do processo de afastamento (Aliel Machado, Bacelar, Valtenir Pereira e Vicentinho Júnior).