Ricardo Marchesan Do UOL, em Brasília
A reunião desta segunda-feira (11) da comissão que analisa o relatório do impeachment nem começou e já registrou um bate-boca entre deputados presentes. A confusão aconteceu por causa da lista de chegada de suplentes.
Houve tensão entre os deputados Carlos Marun (PMDB-MS) e Vitor Valim (PMDB-CE), que votam a favor do impeachment, e os governistas Orlando Silva (PC do B-SP) e Hildo Rocha (PMDB-MA).
A discussão começou quando Rocha anunciou que registraria presença no painel e reclamou que não havia combinação para lista de ordem de chegada antes da abertura do sistema. “Mudaram a regra sem combinar comigo”, disse Rocha, que chegou às 9h21. Valim rebateu e disse que era o terceiro da fila, uma vez que chegara às 7h30. Orlando Silva entrou na discussão em defesa de Rocha.
Ao ser informado da polêmica em torno da fila, Marun reclamou que pegou avião de madrugada para estar cedo em Brasília e acusou os governistas de não respeitarem a fila.
“Você não tem ética, por isso estão quebrando o país. Vocês são furão de fila. Comunista que é golpista”, disse Marun aos gritos. “Sou comunista graças a Deus. Você será derrotado, Marun. No grito não”, respondeu Orlando Silva.
A preocupação da oposição e do governo é garantir hoje que, em caso de falta de algum membro titular, seu suplente tenha o voto validado. Pela regra anunciada na semana passada pelo presidente da comissão, Rogério Rosso (PSD-DF), será computado o voto do suplente do bloco partidário que registrar presença primeiro.
Um dos que faltarão à sessão de hoje é o deputado Washington Reis (PMDB-RJ) –que integra o grupo dos oito parlamentares que se declaram indecisos. O deputado está internado com a gripe H1N1.
Com isso, há uma discussão sobre quem será o suplente que poderá votar em seu lugar. Como o PMDB está dividido entre aqueles a favor e contra o impeachment, governo e oposição disputam o lugar de Reis.
A princípio, a substituição do titular é por ordem de chegada.
Além disso ainda não está definido se o suplente que assumir o lugar terá de ser do mesmo partido, ou pode ser do mesmo bloco do titular ausente.
O deputado Laudívio Carvalho (SD-MG), que é suplente, diz que foi o primeiro a chegar à sala de reunião, por volta das 6h40. Ele então passou a organizar uma lista informal de chegada, porque o painel eletrônico que registra a presença oficialmente ainda não estava funcionando.
O Valim, também suplente, foi o primeiro do PMDB a colocar o nome na lista.
Carvalho e Valim se declararam a favor do impeachment e tentam assumir a vaga de Reis. Eles acusam membros do governo de tentar fular a fila, para colocar um suplente que seja contra o impeachment.
Já os deputados governistas afirmam que a lista informal não registra a ordem de fato de chegada. (Com Estadão Conteúdo)
Placar do impeachment
Levantamento diário do jornal “O Estado de S. Paulo” mostra como os deputados estão direcionando seus votos para o impedimento ou não da presidente Dilma Rousseff.