Brasília – Líderes da base governista saíram em defesa do corte de R$ 23,4 bilhões no Orçamento anunciado nesta sexta-feira, 19, pelo governo e apelaram para o bom senso do Congresso para que as medidas não aumentem a rejeição dos parlamentares a propostas como a recriação da CPMF e a reforma da Previdência.
Para o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), o Congresso será capaz de entender os contingenciamentos anunciados, inclusive o corte de R$ 8,1 bilhões nas emendasparlamentares. “O governo está agindo de forma transparente e responsável. É o menor contingenciamento dos últimos anos. É uma medida cautelar”, afirmou.
O deputado Afonso Florence (BA), líder do PT, disse que as medidas já eram esperadas e defendeu que “todo mundo deve dar sua cota de contribuição”. “Tem que contingenciar. Osparlamentares precisam ajudar na estabilidade política”, afirmou.
Tentando passar um tom de otimismo, Florence disse acreditar que a situação do País tende a melhorar, apesar de o governo ter reduzido a previsão do PIB de -1,9% para -2,9%. “Tenho que aprovar a majoração dos tributos dos ricos agora, tenho que aprovar a CPMF agora”, afirmou.
Para o deputado Rogério Rosso (DF), líder do PSD, é preciso dar um voto de confiança à equipe econômica do governo. “O Brasil passa por uma crise econômica muito grave, retroalimentada por uma crise política e uma crise internacional muito forte. Tenho convicção de que o Congresso terá maturidade”, declarou.
Já a oposição dá sinais de que o otimismo governista não deve encontrar tanto eco na Câmara e no Senado. “É um espetáculo de horror interminável de um governo que dilapidou o erário, destroçou a economia, joga todo o prejuízo nas costas dos brasileiros e tem o desplante de pedir a solidariedade do Congresso”, afirmou o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA).