UOL: Corregedor da Câmara diz que vai ‘acelerar’ investigação contra Argôlo4

O corregedor da Câmara, deputado federal Átila Lins (PSD-AM), afirmou nesta quinta-feira (8) que pretende “acelerar bastante” a investigação contra o deputado Luiz Argôlo (SDD-BA).

“Vou acelerar bastante para não ficar demorado”, disse Lins ao UOL. Ele atende a um apelo do presidente da Casa, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que cobrou hoje de manhã celeridade no caso. Lins não quis, porém, estimar quanto tempo deverá levar.

Paralelamente, Argôlo também está na mira do Conselho de Ética. Ontem, o PSOL protocolou representação contra o deputado e já na próxima semana pode ser convocada reunião para dar andamento ao processo.

Argôlo é acusado de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal sob suspeita de chefiar um esquema bilionário de lavagem de dinheiro.

O deputado foi notificado ontem à noite da abertura de processo na Corregedoria e tem cinco dias úteis para apresentar a sua defesa por escrito. Depois, o corregedor tem até 45 dias para instruir o processo, com a coleta de depoimentos e documentos.

Ao final, o seu parecer será submetido à Mesa Diretora, que decide se encaminha o caso para abertura de processo no Conselho de Ética, podendo resultar até na perda de mandato parlamentar.

“A Corregedoria faz o papel de apurar indícios e, se entender que os indícios são suficientes, comunica à Mesa, que representa contra ele no Conselho de Ética”, explicou Lins. “Vou ser bastante breve, mas não vou examinar de afogadilho.”

No entanto, se nesse meio tempo for aberto processo no Conselho de Ética, a investigação na Corregedoria fica meio esvaziada, uma vez que é um passo anterior ao colegiado.

Segundo a PF, mensagens interceptadas revelaram pedido de repasse de dinheiro feito por Argôlo ao doleiro da ordem de R$ 110 mil.

Reportagens apontaram ainda que Youssef bancou de um a dois caminhões lotados de bezerros para o deputado e que Argôlo usou R$ 50 mil da cota parlamentar da Câmara para pagar uma empresa e depois pediu um depósito de R$ 50 mil ao doleiro.

O pedido de investigação foi feito à Corregedoria da Câmara pelo líder do PPS, Rubens Bueno (PR).

A assessoria de imprensa de Argôlo informou que o deputado só irá se manifestar após apresentar a sua defesa à Corregedoria.

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