Último Segundo – IG | Política: Líderes costuram acordos antes da apresentação do relatório do impeachment

Presidente da comissão, Rogério Rosso (PSD-DF) tenta negociar redução de tempo e número de pronunciamentos para que votação do relatório ocorra na segunda-feira (11)

Fotos Públicas O deputado federal Rogério Rosso, presidente da comissão que tenta derrubar Dilma Rousseff

A poucas horas da apresentação do relatório final sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff, marcada para as 14h desta quarta-feira (6), líderes partidários voltam a se reunir para tentar acordos que garantam o funcionamento do colegiado da forma como tem sido programada pelo presidente da comissão, o deputado Rogério Rosso (PSD-DF). O esforço do encontro, ocorrido ao longo da manhã, é otimizar o tempo de manifestações dos parlamentares.

Pelo Regimento da Câmara, cada um dos 130 integrantes (65 titulares e 65 suplentes) tem direito a se pronunciar por 15 minutos. Na avaliação de Rosso, isso levaria a uma reunião mais extensa do que o necessário e colocaria em risco o avanço dos trabalhos, que precisam estar concluídos até segunda-feira (11). Há temores de que, se o parecer ultrapassar o limite de 15 sessões de funcionamento da comissão, pode haver brecha para contestações na Justiça.

O presidente da comissão espera conseguir ajustar com as lideranças uma redução de tempo e do número de inscritos para se pronunciarem. Em conversa, na véspera, ficou acertado que não haverá sessões durante o fim de semana. Os debates prosseguirão na sexta-feira, e, ainda, na manhã e tarde da segunda, com encerramento às 17h, quando terá início a votação.

Rosso espera que, após a leitura do texto do relator, Jovair Arantes (PTB-GO), a base aliada peça vistas para analisar o parecer por duas sessões legislativas e volte a debater os pontos elencados na sexta-feira. O roteito vai ocorrer assim, caso os governistas, que já mostram intenção de levar o processo à Justiça, não avancem com a proposta. Se a estratégia de questionar procedimentos da comissão na Justiça tiver prosseguimento, os trabalhos ficam suspensos até manifestação do Supremo Tribunal Federal (STF).

Agência Brasil O vice-presidente da República, Michel Temer, ao lado do deputado federal Eduardo Cunha

Michel Temer

Enquanto a situação de Dilma se define na comissão, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), segue com outra preocupação em mãos: a liminar do ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a instalação de um grupo especial para analisar o pedido de impeachment do vice-presidente Michel Temer.

O pedido que chegou à Câmara foi negado por Cunha. Na terça-feira, ao receber a notícia da Corte, ele reagiu dizendo que vai recorrer com três instrumentos contra a decisão com agravo regimental, mandado de segurança e ação de descumprimento de preceito fundamental (ADPF).

Questionado sobre o andamento dos recursos, Cunha disse que já está em contato com advogados da Casa. Ele declarou que “não tem recurso às 9h da manhã”, mas não descartou que os instrumentos sejam entregues ainda nesta quarta-feira.

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