Presidente da Câmara disse que, caso seja mantida a decisão sobre afastar Temer, deverá aceitar pedidos contra Dilma
Valter Campanato/Agência Brasil – 05.04.16 Segundo Cunha, os nove pedidos pendentes na Casa cumprem todos os requisitos para aceitação
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse nesta sexta-feira (8) que será obrigado acatar outros nove pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff caso seja mantida a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello, que determinou a abertura de processo para afastamento do vice-presidente Michel Temer.
Cunha classificou a decisão como absurda e disse esperar que o Supremo julgue o recurso da Câmara contra a determinação já na próxima semana para evitar instabilidade. Segundo ele, os nove pedidos pendentes na Casa cumprem todos os requisitos para aceitação.
De qualquer maneira, o presidente da Câmara disse que a decisão da Corte está sendo cumprida, mas não poderá obrigar ninguém a indicar membros para o colegiado e nem a comparecer a votações.
Dilma
Sobre a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, Cunha disse achar pouco provável que algum parlamentar queira ficar para a história como ausente à sessão. “A ausência gera suspeição, gera dúvida sobre o caráter”, disse.
A discussão do parecer favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados que está prevista para esta sexta-feira (8h) deve durar cerca de 30 horas e entrar pela madrugada de sábado, já que há previsão de que ao menos 108 inscritos e 25 líderes se manifestem.
DIDA SAMPAIO/AGÊNCIA ESTADO Reunião de líderes dos partidos com o líder do PSD, deputado Rogério Rosso (DF)
A ala governista teme que o presidente da Comissão Especial que trata do tema, deputado Rogério Rosso (PSD-DF), antecipe a votação do texto que aponta indícios de que a petista cometeu crimes de responsabilidade. Ainda, outro temor é de que Rosso estenda as discussões para o domingo, abrindo precedente para que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), leve adiante seu plano de realizar a votação do impeachment em plenário num domingo (17). A situação provocaria maior pressão aos parlamentares e as manifestações dos grupos pró e contra impeachment poderiam acabar em confusão.
Na segunda-feira, ainda haverá discussões remanescentes, a partir das 9h. Sessões extraordinárias já foram marcadas para ocorrer em horários – 12h e 15h – de forma a evitar a anulação da reunião em caso de falta de quórum no primeiro horário. Os deputados devem gastar três horas votando.