Último Segundo – IG | Política: Após desembarque do governo, cúpula do PP prevê ampla maioria pró-impeachment

Embora possam mudar, números mostram a dificuldade que o governo Dilma terá para barrar o impedimento na Câmara

Após anunciar o desembarque da base aliada, a cúpula do PP, partido que fechou posição majoritária a favor do impeachment, prevê que somente seis dos 47 deputados do partido votarão contra o impedimento da presidente Dilma Rousseff no plenário da Casa. Ou seja, apenas 12,8% da bancada deve votar a favor do governo no próximo domingo (17).

O número do partido é menor, inclusive, do que a lista de 13 deputados que se posicionaram contra o impeachment durante a reunião realizada na terça-feira (12) para definir a posição da legenda. Compareceram ao encontro 44 dos 47 parlamentares. Desses, 31 votaram a favor do impedimento.

Membros da direção do PP preveem que essa tendência deve se repetir nas bancadas do PR e do PSD, partidos que passaram a ser considerados como os principais pilares da base de sustentação da presidente Dilma após o rompimento do PMDB com o governo. Pelas contas de um influente dirigente do partido, somente sete dos 40 deputados do PR e cinco dos 36parlamentares do PSD devem defender o governo no plenário. Esses números correspondem a 17,5% e 13,9% das bancadas, respectivamente. A expectativa, no entanto, é a de que as duas legendas não devem anunciar o desembarque do governo como fez o PP.

No PR, o deputado Mauricio Quintella (AL), que deixou a liderança da sigla na Câmara para apoiar o impeachment, declarou que entre 25 e 30 deputados deverão segui-lo e votar a favor do impedimento de Dilma. A cúpula da legenda, contudo, continua contra o afastamento da petista. No PSD, nenhum cálculo tem sido divulgado. A bancada se reúne nesta quarta-feira (13) para discutir como se portará na votação. Alguns parlamentares defendem a posição pró-impeachment, mas o líder do partido, Rogério Rosso (DF), tem dito que a tendência é a de liberar a bancada.

Os números, embora ainda possam mudar até o dia da votação, mostram a dificuldade que o governo terá para barrar o impeachment na Câmara. São necessários, ao menos, 171 votos para que o parecer aprovado na comissão especial não seja aprovado também no plenário da Casa. Se aprovado, o processo segue para o Senado, a quem caberá analisar o mérito do pedido.

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