Até o fim de 2015, eleições eram tidas como a melhor saída para resolver a crise política
A cúpula do PSDB se reuniu nesta sexta-feira (8), em São Paulo, para “sepultar a tese de novas eleições e blindar o vice-presidente, Michel Temer (PMDB)”, segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo. Os membros do partido decidiram selar seu apoio a Temer e retirar a proposta de novas eleições, que, até o fim de 2015, eram tidas por líderes do PSDB como a melhor saída para resolver a crise política brasileira, além da saída da presidente Dilma Rousseff.
A legalidade ou não dos argumentos contidos na denúncia do processo de impeachment dominou as discussões sobre o parecer final da comissão especial que analisa o pedido de afastamento da presidente na Câmara dos Deputados. Foram mais de 13 horas de debate, na sessão iniciada na sexta-feira (8), por volta das 15h30, e finalizado às 4h43 deste sábado (9).
Ao todo 61 deputados discursam. A maioria, 39 deles, defenderam o parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO), que sugeriu o prosseguimento do processo de impeachment, praticamente o dobro dos que se posicionaram contrários (21) e um indeciso. Cada deputado membro da comissão teve 15 minutos para defender sua posição, enquanto os não membro falaram por dez minutos.
No total, havia 116 deputados inscritos para discursar. Os que não falaram desistiram ou foram embora antes de serem chamados pela presidência da Comissão.
Com mais de 11 horas de sessão, o presidente do colegiado, deputado Rogério Rosso (PSD-DF) tentou reduzir o tempo de fala já que o horário limite estabelecido inicialmente, 3h de sábado, já havia sido ultrapassado. A proposta, contudo, não foi bem aceita.
Conforme o estabelecido pelos líderes, a ordem de inscrição dos oradores obedeceu a alternância entre favoráveis e contrários ao impeachment. No entanto, depois das 3h todos os governistas inscritos já haviam falado e a lista seguiu com discursos apenas daqueles que defendiam o impeachment. Pouco antes, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) sugeriu o encerramento da reunião, proposta que foi rechaçada pelos oposicionistas.