oão Paulo Kleinubing | G1 – Globo | Santa Catarina: Houve aumento de custos, diz secretário sobre saúde em SC

Kleinübing foi convocado para falar repasses aos hospitais na Alesc.

Várias unidades de saúde estão com atraso no recebimento de verbas.

O secretário de Estado da Saúde de Santa Catarina, João Paulo Kleinübing (PSD), foi à Assembleia Legistativa catarinense (Alesc) na manhã desta quarta-feira (15) para falar sobre os repasses e cortes na área. Ele foi convocado pela Comissão de Saúde da Alesc para dar explicações, como mostrou o Jornal do Almoço.

Atrasos nos repasses do governo do estado têm prejudicado o atendimento nos hospitais filantrópicos do estado. Na semana passada, por exemplo, o Hospital São José de Criciúma, no Sul, ficou quase 24 horas sem atendimento externo porque os funcionários não receberam os salários no dia.

O plenário da Alesc ficou lotado. O secretário apresentou os principais motivos que levaram o estado a chegar nesse ponto.

“O orçamento da Secretaria livre para custeio foi reduzido em 20% agora neste ano e há um aumento, por outro lado, de procedimentos, de custos. Demandas judiciais têm aumentado de forma bastante significativa. Então, tudo isso vai pressionando o recurso. Precisamos de recursos adicionais, não há dúvida disso”, disse o secretário.

A crise afeta de alguma forma os 295 municípios catarinenses. “No encaminhamento para especialidades, está se criando e aumentando uma fila de espera com o tempo maior e também há municípios reduzindo o número de medicamentos dentro da lista padronizada pelo Ministério da Saúde para atender a população”, disse o presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Santa Catarina (Consens), Sidnei Bellé.

A Secretaria busca soluções. “É preciso rever muito a questão dos nossos procedimentos. Nós temos que discutir de fato aquilo que é prioridade para poder fazer esse enfrentamento”, disse o secretário.

Situação no estado O Tribunal de Contas de Santa Catarina diz que a dívida da saúde já ultrapassa os R$ 200 milhões. No parecer, os auditores reconheceram que o estado cumpre o mínimo de 12% em gastos na área da saúde, mas apontam atrasos frequentes.

A auditoria mostrou ainda que os fornecedores chegam a esperar mais de três meses para receber despesas já liquidadas, quando o serviço já foi realizado e conferido pelo poder público. Para se ter uma ideia, em 2016 já foram gastos R$ 240 milhões para pagar serviços já realizados no ano passado

O reflexo disso são falta de médicos, leitos fechados, cancelamentos de cirurgias e greve nas principais instituições de saúde do estado.

As prefeituras reclamam que não recebem os repasses do estado desde janeiro e pediram ajuda ao Ministério Público de Santa Catarina para conseguir receber cerca de R$ 35 milhões que a Secretaria de Saúde deve aos muncípios.

Com a Fundação de Apoio ao Hemosc e Cepon (Fahece), mantida pelo estado, a dívida chega a R$ 38 milhões. Algumas coletas externas, que ajudam a dar um fôlego no estoque dos hemocentros do estado, tiveram que ser suspensas.

“Se não houver o pagamento dos recursos em atraso para que a gente regularize o pagamento dos fornecedores. E doravante os recursos sejam repasasados com regularidade, a gente vai continuamente sofrendo riscos de colapso”, relatou o presidente da Fahece, José Augusto Oliveira.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *