O Globo | Panorama Político

Ilimar Franco

Salve-se quem puder

Os partidos à esquerda acreditam que a divisão do PT tem data marcada. Ela se dará após as eleições de outubro. Os deputados petistas estão agora empenhados na eleição de seus cabos eleitorais para 2018: prefeitos e vereadores. Na esquerda, são poucos os que creem que consigam criar uma nova sigla. Apostam na fragmentação. Os desiludidos devem percorrer e bater em muitas portas.

Ocupar o espaço

Com seis deputados, o PSOL quer avançar nos estilhaços do PT. Seus dirigentes afirmam que há negociações com cerca de oito petistas. Para Chico Alencar, seu partido não pode ser sectário, e acolher alguns, mas sem escancarar suas portas. A prioridade da legenda é disputar e conquistar as bases e o eleitorado petista. Estes estariam à deriva, a procura de um novo barco para navegar: “O PT deixou um vazio no campo da esquerda”.

Ao dar guarida a petistas, reconhecem que há um risco de contaminação. Mas apostam que vai prevalecer, na opinião pública, a identidade e as posições claras, contrárias ao sistemapolítico vigente, cultivadas nos últimos dez anos.

“O PT é vítima de seus próprios erros. Há críticas (à Lava-Jato), mas o discurso da vitimização não dá. Os petistas perderam sua capacidade de autocrítica

Chico Alencar

Deputado federal do PSOL do Rio

Missão complexa

São tantas as propostas de vetos à nova lei das estatais que o presidente interino, Michel Temer, está adiando a sanção. Os pedidos são de estatais, da Fazenda, da Comissão de Valores Mobiliários e da Advocacia-Geral da União.

Quem tem os votos

O PSDB, liderando o PT e o PMDB, ataca os nomes do centrão para presidir a Câmara. Sobre isso, o presidente do Solidariedade, Paulinho da Força, diz: “Eles não têm votos (para eleger o presidente da Casa). Então, só resta falar mal de quem tem. Nós temos 283 votos”. O candidato do centrão é o líder do PSD, Rogério Rosso.

Reforço

Na reta final da comissão do impeachment, a senadora Kátia Abreu, do PMDB de Michel Temer, pediu ao PT vaga de titular. Ex-ministra da Agricultura de Dilma, é conhecida pelo temperamento forte. O PT cedeu o lugar.

Passando a limpo

O relator do caso do governador do Acre, Tião Viana (PT), na Lava-Jato, ministro Luiz Felipe Salomão, vai levar o inquérito ao plenário do Superior Tribunal de Justiça, em agosto. A Procuradoria-Geral da República pediu o arquivamento do caso contra o petista por falta de provas. A tendência é a de acompanhar a PGR.

Contra o PMDB

O presidente do Senado, Renan Calheiros, foi convencido a deixar a presidente afastada, Dilma Rousseff. Líderes do PMDB lhe disseram que os dirigentes de base não aceitam que ele seja contra um governo do partido.

Fora do mapa

O Brasil perdeu a chance de sediar a 13º Assembléia do Parlamento das Américas. O líder do PT, Humberto Costa, tinha articulado o encontro no ano passado. Agora, desmarcou, alegando um “cenário de instabilidade política”

O Presidente do DEM, senador José Agripino, nega e diz que não conhece ninguém de seupartido que tenha indicado o novo presidente da Eletrobras.

Com Amanda Almeida, sucursais e correspondentes

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