Deputado rebate carimbo de candidato de Eduardo Cunha
BRASÍLIA – Após assumir nesta segunda-feira que será candidato à Presidência da Câmara, o deputado Rogério Rosso (PSD-DF) afirmou, em entrevista coletiva, que deseja um “pacto de elegância” para evitar ataques diretos entre os adversários na disputa. Para ele, essa é uma forma de evitar que a eleição provoque “racha” na base do presidente interino Michel Temer.
– Racha depende da atitude de cada candidato. Eu pretendo propor a um por um, depois que forem oficializadas as candidaturas, um pacto de elegância em prol da Casa. Não se pode fazer um embate de baixo nível – afirmou.
Apesar do discurso, ele já fez ataques indiretos àquele que é apontado como seu principal adversário, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Rosso criticou o colega por buscar aliança com o PT.
– Estou me referindo a alianças com difícil explicação política. Não topo vale tudo, nunca topei. Não pode um vale tudo onde se fecha os olhos, se deixa de ser inimigo. Não dá para acreditar nisso – disse Rosso, evitando citar diretamente o adversário.
Rosso também rebateu o carimbo que adversários vem colando nele de candidato preferido de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Reiterou que votou em Arlindo Chinaglia em 2015 e que manteve boa convivência com Cunha por ser líder enquanto o peemedebista era presidente. Afirmou que a tentativa de vinculá-lo é para buscar enfraquecer sua pretensão.
– Eduardo Cunha não vota. O centrão, que dizem ter sido formado por ele, tem uma série de candidatos. Além de eu não ter votado no Eduardo Cunha, o conheci só nessa legislatura – diz, ressaltando que qualquer um que saia vencedor colocará no plenário a votação da cassação de Cunha.
O primeiro-secretário da Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), reiterou sua candidatura, apesar de não tê-la formalizada. Disse não ter motivo para desistir devido à entrada de Rosso. Disse que os entendimentos entre deputados da base deveriam ocorrer só no segundo turno.
– Eu pondero que apresentemos as propostas no primeiro turno. Não vai quebrar a base. Sobre quem for ao segundo turno, terá meu apoio quem apoiar o Michel Temer – disse Mansur.
Mansur vai propor à Mesa Diretora, da qual faz parte, a antecipação do horário na eleição na quarta-feira e regras para a eleição. Sugere dez minutos para a exposição de cada candidato e que o intervalo entre os dois turnos seja de uma hora. Propõe ainda como prazo final para o registro dos candidatos quarta-feira ao meio-dia.
Eduardo Bresciani