Presidente do Senado, no entanto, afirma que Congresso não “fechará as portas” para medidas pelo crescimento econômico
BRASÍLIA – Um dia depois do governo anunciar o pacote de medidas para aumentar a arrecadação e reduzir gastos, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou a dizer que a proposta de recriação da CPMF feita pelo governo será derrotada no Congresso. Já o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que o Congresso não “fechará as portas” para medidas que levem à retomada do crescimento econômico.
Nesta terça-feira, depois de participar de almoço com deputados integrantes da Frente Parlamentar da Agricultura, o presidente da Cunha minimizou o possível apoio de estados à proposta, com o aumento da alíquota de 0,2% para 0,38.
– Eu acho que 0,2% ou 0,38% é só o tamanho da derrota. Não acredito que passe nem com 0,2%, nem com 0,38% – disse Cunha.
O presidente da Câmara disse que as medidas que afetam a agricultura no pacote afetam menos que a proposta de recriação da CPMF, pois os produtores têm a desvalorização do real a seu favor nas exportações.
– Do pacote são os menos relevantes, porque o câmbio acaba compensando a renda do exportador. É ruim, mas é ainda daqueles que são suportáveis. A CPMF é que não é suportável. a CPMF é que vai causar problema na economia, que tem impacto não só na inflação, mas no conjunto de preços. Ela entra em toda cadeia produtiva simultaneamente, em cascata. Então, ela realmente é perniciosa.
O presidente da Frente Parlamentar da Agricultura, deputado Marcos Montes (PSD-MG), afirmou que a frente é contrária à recriação da CPMF.
– Somos contrários à CPMF, a ampla maioria é contrária a instalação de novos impostos. Pega a cadeia como um todo, somos contrários – disse Montes.