Para Temer, melhor solução seria nova eleição à presidência da Câmara /
BRASÍLIA – Os partidos que apoiam o impeachment da presidente Dilma Rousseff intensificaram nesta segunda-feira as articulações pela sucessão de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na Presidência da Câmara depois do susto provocado pela decisão de Waldir Maranhão (PP-MA), que preside interinamente a Casa, de anular a sessão que aprovou o afastamento de Dilma. Há uma forte pressão para que Maranhão renuncie ao cargo.
Os líderes de partidos do chamado “centrão”, como PTB, PSD e PR, e representantes da oposição, entre eles PSDB e Solidariedade, começaram a preparar caminho para a escolha do novo presidente da Câmara. O consenso é de que é preciso tirar Waldir Maranhão do comando da Câmara o mais rápido possível e promover a eleição de um nome que una a oposição tradicional ao centrão.
Líderes da oposição estão dispostos, inclusive, a apoiar um nome desses partidos da base. Para chegar a uma ampla maioria, tucanos e democratas devem abrir mão de indicar um candidato. Os nomes mais cotados são de aliados próximos de Eduardo Cunha: os líderes Rogério Rosso (PSD-DF), André Moura (PSC-SE) e Jovair Arantes (PTB-GO).
A empreitada conta com o apoio do vice-presidente Michel Temer. Segundo aliados do vice, para ele, a melhor hipótese é a realização de uma nova eleição, para que as forças favoráveis ao impeachment escolham um presidente que seja legitimado perante a Casa. Desta forma, avaliam auxiliares do vice, será possível retomar a estabilidade na Câmara e facilitar a aprovação de medidas econômicas que o eventual novo governo quer enviar já nos primeiros dias para o Congresso.
A ideia é que Temer evite interferir diretamente na disputa pela presidência e que, somente após a escolha do nome, intensifique o diálogo com o novo presidente. Há uma avaliação de que, por ter presidido a Casa por três vezes, Temer tem o respeito dos deputados e teria uma fácil interlocução com qualquer um dos candidatos.
– É claro que o novo presidente da Câmara não vai ser nem do PT, nem do PCdoB, porque o governo Dilma saiu derrotado deste processo. Então, qualquer nome para o Michel seria fácil de dialogar – afirmou ao GLOBO um interlocutor do vice
Júnia Gama