Críticas se concentram na ausência de tópicos como desemprego, produção e dívida pública Publicidade
BRASÍLIA – Apesar das dificuldades e das provocações enfrentadas durante a audiência pública, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, conseguiu transmitir a mensagem de que sem o ajuste não será possível fazer com que a economia brasileira volte a crescer. Esta foi a principal avaliação de parlamentares da bancada governista da Câmara que participaram do evento.
– O ministro está dentro daquilo que a conjuntura está permitindo que ele se exponha. Estamos falando de um momento de ajuste fiscal; da demanda de criação de impostos, que é a CPMF; de buscar novas formas de arrecadação, encurtamento de despesas, uma série de questões. Quando se fala de tudo isso, não parece ser uma coisa simpática. Mas a nossa posição é de sustentação a essas medidas, que não são uma proposta do ministro da Fazenda, mas da presidente Dilma Rousseff – avaliou o líder do PT na Câmara, deputado Sibá Machado (PI).
Para o líder do PMDB na Casa, deputado Leonardo Piccianni (RJ), Levy se saiu bem. Segundo o parlamentar, a ida do ministro ao plenário da Câmara mostra que há disposição de diálogo da parte do Executivo.
– Ele [Levyy] defendeu as propostas do ajuste em tramitação na Câmara e ouviu dos parlamentares a necessidade de se aprofundar as reformas estruturais, como a da Previdência – disse Piccianni.
Autor do requerimento convidando Joaquim Levy à audiência pública, o deputado Rogério Rosso (PSD-DF) disse que o ministro foi bem, cumpriu seu papel, mas foi superficial na questão do incremento da produção. Levy também pecou ao não falar sobre como o governo pretende combater o aumento do desemprego, afirmou.
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– A gente quer saber do ministro se ele está interessado em incentivar o aumento da produção, a manutenção do emprego e o aumento de divisas para o país. Mas, de certa forma, ele cumpriu o seu papel – concluiu Rosso.
O líder do PSOL, deputado Chico Alencar (RJ), disse que a fala de Levy “foi mais do mesmo”. Alencar lamentou que temas como a dívida pública, o crédito bancário, a política de juros altos foram pouco discutidos.
– Foi mais do mesmo. Ele [Levy], com seu tom sonolento, sem entusiasmo, repetiu as dificuldades do governo, a queda de arrecadação, a importância da CPMF… O curioso veio do plenário. Muitos que fazem oposição ao governo Dilma tentam dissociar o ministro da Fazenda do próprio governo. Achei infrutífero. Não foi nem um debate intelectualmente proveitoso. Foi no clima de um governo frágil e de uma Câmara que não tem moral para falar nada – disparou Alencar.
Eliane Oliveira