BRASÍLIA (Reuters) – O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou nesta quinta-feira que o Palácio do Planalto não irá interferir na disputa pela presidência da Câmara depois da renúncia do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e que não tem preferências por um nome para ocupar o cargo.
“Vamos deixar que o Legislativo decida. Contanto que seja da base do governo, é totalmente indiferente. O governo não tem preferência nem rejeição. O que interessa ao governo é a unidade da sua base. Por isso o governo vai tentar não interferir”, disse Padilha em entrevista coletiva.
Mais cedo, o líder do governo na Câmara, André Moura, confirmou que a orientação recebida do presidente interino Michel Temer era de que se tentasse chegar a um nome de consenso entre todos os partidos da base, mas não interferisse do processo.
De acordo com uma fonte palaciana, não há como o governo tentar trabalhar por um nome, mesmo que nos bastidores, sem que esse movimento não seja percebido pela base e prejudica a relação do Planalto com o Congresso.
Neste momento, pelo menos 10 deputados da base mostraram interesse em ocupar a vaga de Eduardo Cunha, mas os nomes mais fortes seriam Rogério Rosso (PSD-DF), Beto Mansur (PRB-SP) e Fernando Giacobo (PR-PR). O próprio PMDB ainda está de olho no posto, e surgiram os nomes do líder do partido, Baleia Rossi (SP), e de Osmar Serraglio (PR).
No entanto, de acordo com a fonte palaciana, uma candidatura peemedebista teria maior potencial de rachar a base, já que os demais partidos alegam que o partido já tem o governo, o maior número de ministérios e a presidência do Senado.
(Por Lisandra Paraguassu e Marcela Ayres)