Conselho tenta votar processo contra Cunha pela sexta vez
RIO – Depois de cinco adiamentos, o Conselho de Ética retomou na tarde desta quarta-feira a votação do parecer que pede a continuidade da representação contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Neste momento, os deputados discutem adiar a votação no Conselho em função do recurso que o deputado Manoel Júnior (PMDB-PB) fez ao plenário para pedir a suspeição do relator Fausto Pinato (PRB). O argumento apresentado é de que Pinato é do mesmo bloco que o PMDB no Conselho. Como Cunha não pode decidir a questão, o assunto foi levado para a Mesa Diretora, que está reunida neste momento.
O presidente do Conselho de Ética, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), garantiu que vai colocar em votação o relatório do deputado Fausto Pinato (PRB-SP), que pede a abertura de investigação do presidente da Casa.
Ontem, com manobras para adiar a votação, os aliados do presidente da Câmara conseguiram evitar a votação do parecer. Apesar dos protestos de deputados que queriam votar, como a sessão de votações na Câmara foi aberta às 17h09m, Araújo encerrou a sessão e convocou a de hoje. Em seguida, deputados se reuniram no plenário da Câmara para o início da sessão que vai definir a Comissão Especial de Impeachment.
No início da sessão, o advogado Marcelo Nobre, contratado por Cunha anunciou que seu cliente recorreu ao STF e ao plenário da Câmara contra a permanência de Pinato no posto de relator do processo de cassação. Em plenário, o recurso foi apresentado por outro aliado de Cunha, o deputado Manoel Júnior (PMDB-PB). Segundo Cunha, o colega não poderia estar na função, porque o Regimento Interno da Câmara não permite que o relator desse tipo de processo seja do mesmo bloco partidário do investigado.
O Globo