O Globo Online: Centrão e DEM são contra voto em lista para eleição de deputados

Mudança é defendida pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e pelo PT

BRASÍLIA Defendida pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e pelo PT, a mudança do sistema eleitoral para o chamado voto em lista para a eleição proporcional foi rechaçada pelos partidos do centrão, em reunião com o presidente da comissão da reforma política, deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), em jantar na última segunda-feira. Os líderes do centrão sustentam que esse tipo de sistema eleitoral dá muito poder aos presidentes de partidos e encontrará muita resistência nas bancadas. A proposta já encontra resistência no PSDB – que defende o voto distrital – e mesmo no DEM, garante o líder Pauderney Avelino (AM), não terá respaldo.

Indiquei o deputado Efraim Filho (PB) para a comissão. Mas, na bancada, não tem voto a favor do voto em lista afirmou o líder do DEM.

O líder disse que Rodrigo Maia, como presidente, não costuma votar a não ser em caso de empate.

A maioria dos partidos do centrão não quer o voto em lista. Será partido virar cartório afirmou o líder do PR, Aelton de Freitas (MG).

O povo brasileiro quer votar em pessoas e não em uma lista fria. Não fizemos reunião formal, mas sinto que na bancada do PSD há resistência ao voto em lista acrescentou o líder do PSD, Rogério Rosso (DF).

A comissão criada por Rodrigo Maia ainda aguarda a indicação de nomes. Até o início da noite desta terça-feira, dez dos 34 integrantes tinham sido indicados. Lúcio Vieira Lima quer instalar a comissão amanhã, mas aguarda que os demais partidos apresentem seus nomes. Nesta terça-feira, ele almoçou com o deputado Vicente Cândido (PT-SP), que será o relator, para traçar a estratégia de andamento dos trabalhos da comissão. Além do sistema eleitoral, a comissão também deverá debater o financiamento das campanhas.

‘NÃO HÁ CLIMA’ PARA FINANCIAMENTO DE EMPRESAS

Os líderes admitem que não há clima para a volta do financiamento empresarial. Há quem defende a criação de um fundo para as campanhas e os que defendem o aumento os recursos do fundo partidário nos anos eleitorais.

Na reunião com o centrão, Lúcio evitou se posicionar. O PMDB defendeu o chamado distritão (voto majoritário nos estados em que os deputados mais votados são os eleitos) na votação da reforma política no ano passado, mas mesmo com todo o empenho e a mão de ferro de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que era presidente da Casa à época, a proposta não obteve apenas 210 votos.

Vamos ouvir as propostas e debater as soluções disse o peemedebista

Vicente Cândido já foi avisado por líderes do centrão de que não há apoio ao voto em lista. Ele disse que, como relator, irá discutir alternativas. Uma delas poderia ser uma lista flexível: o partido apresentaria a lista de candidatos, mas o eleitor escolheria qual deles quer ver eleito.

Vamos fazer o debate. Temos que discutir até mesmo pela camisa de força que o próprio Supremo impôs, ao acabar com as doações empresariais, os dirigentes partidários não veem outra alternativa se não o voto em lista. Podemos pensar numa lista aberta, um caminho do meio disse Cândido.

Isabel Braga

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