O Globo Online: Aliados de Cunha defendem nome de Esperidião Amin para lugar de Maranhão

Deputado com bom trânsito entre partidos diminuiria pressão sobre parlamentar afastado

BRASÍLIA – Diante da iminente possibilidade de renúncia do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), aliados de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente afastado do mandato, defendem o nome do deputado Esperidião Amin (PP-SC) para substituir Maranhão no cargo. A escolha agradaria ao grupo por ele ter boa relação com Cunha e bom trânsito entre os demaispartidos. Eles ressaltam também que, ao assumir um parlamentar “menos polêmico” do PP, diminui a pressão para Cunha renunciar ao mandato para que sejam realizadas novas eleições.

– Tem uma racionalidade nessa escolha: é um deputado que todo mundo respeita, sabe que é sério e isso tira o stress e a pressão para a renúncia do Eduardo. Ele fica os nove meses ali e ninguém se preocupa em ter algum desqualificado ocupando a presidência – afirmou um parlamentar aliado, pedindo reserva.

Os aliados do presidente afastado contam que, como muitos dos prováveis candidatos à Presidência da Câmara nas eleições de 2017 não querem se candidatar agora, para ocupar apenas um “mandato-tampão” – entre eles, segundo parlamentares, o presidente da Comissão de Impeachment, Rogério Rosso (PSD-DF), e o relator do processo, Jovair Arantes (PTB-GO) – , o nome de Amin seria uma boa saída.

O parlamentar tem sido sondado, e mesmo deputados do PP defendem o seu nome, mas há outros na bancada que estão resistentes. Alguns deputados preferem que a vaga seja ocupada pelo atual líder do partido, Aguinaldo Ribeiro (PB). Mas, o próprio estaria resistindo a aceitar porque, caso Cunha renuncie, ele deixaria de ser presidente interino e voltaria a ser apenas vice-presidente da Casa. O cargo de líder, em sua visão, dá mais poder e visibilidade. Outro nome ventilado no PP é o do deputado Júlio Lopes (RJ), mas que também é visto com ressalvas por correligionários.

Caso Maranhão renuncie, haverá nova eleição em até cinco sessões. O regimento interno da Câmara diz que a vaga, de acordo com a proporcionalidade das bancadas, é do bloco ao qual o PP pertence. Na interpretação dos juristas da Casa, qualquer deputado de partidos que integram o bloco pode concorrer à vaga em candidatura avulsa. Mas a praxe é que a definição dos cargos seja feito por acordo político entre as legendas do bloco. É nesse acordo que se baseia o líder do PP na Câmara, Aguinaldo Ribeiro. Ele insiste em dizer que a vaga é do PP.

– A vaga é do PP pela proporcionalidade, do mesmo jeito que o PMDB tem a presidência – afirmou o líder.

O bloco partidário do qual faz parte o PP é encabeçado pelo PMDB, mas também poderiam pleitear a vaga outros 12 partidos: PTB, DEM, PRB, SD, PSC, PHS, PTN, PMN, PRP, PSDC, PEN e PRTB.

Leticia Fernandes e Isabel Braga

Assuntos:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *