Rui Costa, governador eleito da Bahia, é um dos inocentados no Conselho de Ética da Câmara por suspeita levantada em revista – Mateus Pereira / Agência O Globo
BRASÍLIA – Por unanimidade, o Conselho de Ética da Câmara rejeitou nesta terça-feira os relatórios preliminares dos processos contra os deputados Afonso Florence, Rui Costa e Nelson Pellegrino, todos do PT baiano. As representações foram protocoladas pelo PSDB e DEM. Os parlamentares são suspeitos no desvio de recursos para a construção de 1.120 casas populares, segundo reportagem da revista “Veja”.
Costa foi eleito governador da Bahia e os deputados Florence e Pellegrino foram reeleitos para a próxima legislatura. A ausência de provas concretas foi o principal argumento usado pelos relatores. De acordo com a reportagem, a operação teria desviado R$ 17,9 milhões do Fundo de Combate à Pobreza desde 2004, com a participação da ONG Instituto Brasil.
O deputado Wladimir Costa (SDD-PA) analisou a representação contra Pellegrino. Mauro Lopes (PMDB-MG) relatou o processo contra Florence; e Ronaldo Benedet (PMDB-SC) foi responsável pelo processo contra Rui Costa.
Em defesa do arquivamento do processo contra Pellegrino, Wladimir Costa (SD-PA) ressaltou que o Ministério Público Federal na Bahia já abriu investigação para apurar as denúncias. Segundo ele, “não há como despender esforços, nesta fase final da legislatura, para abrir processo baseado em denúncias vazias, sem que existam provas concretas para justificar a instauração de processo por quebra de decoro”.
José Carlos Araújo (PSD-BA) também se opôs ao início de investigações contra Pellegrino. “A presidente do Instituto Brasil, Dalva Paiva, a única fonte consultada pela revista, não tem credibilidade e induziu a opinião pública ao erro. Não podemos ampliar a repercussão a uma denúncia fantasiosa como essa”, argumentou no relatório.
Também contrário à abertura do processo disciplinar, Mauro Lopes (PMDB-MG), relator do processo contra Florence, se apoiou no argumento da ausência de provas materiais que amparem as denúncias. Os três deputados negaram qualquer envolvimento no caso.