O Estado de S. Paulo | Política: Discussão do impeachment em comissão deve durar 30 horas

Parecer de relator a favor do afastamento da presidente será debatido à tarde, com participação de ao menos 108 inscritos

Daniel Carvalho e Daiene Cardoso / Brasília

A discussão do parecer favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, prevista para começar às 15h de hoje, deve durar cerca de 30 horas e entrar pela madrugada de sábado, já que há previsão de que ao menos 108 inscritos e 25 líderes se manifestem.

Governistas temem que o presidente da Comissão Especial que trata do tema, deputado Rogério Rosso (PSD-DF), antecipe a votação do texto que aponta indícios de que a petista cometeu crimes de responsabilidade. Outro temor é de que Rosso estenda as discussões para o domingo, abrindo precedente para que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), leve adiante seu plano de realizar a votação do impeachment em plenário num domingo, dia 17. Rosso comprometeu-se ontem, no entanto, a não abrir sessão no domingo e a não votar o parecer do relator Jovair Arantes (PTBGO) antes de segunda-feira.

“A sessão desta sexta-feira (hoje ), que poderá ou não ser estendida até sábado (amanha), não será de votação, apenas discussão”, afirmou Rosso. O presidente da comissão não estabeleceu um horário para concluir a sessão iniciada hoje à tarde.

Na segunda-feira, ainda haverá discussões remanescentes, a partir das 9h. Sessões extraordinárias já foram marcadas para ocorrer em dois horários – I2h e 15h-, de forma a evitar a anulação da reunião em caso de feita de quórum no primeiro horário. Os deputados devem gastar três horas votando.

A realização de sessões neste fim de semana gerou discussão entre os líderes de partidos governistas e oposicionistas. “Nada impede que se trabalhe de sábado e até eventualmente domingo, até porque a situação do Brasil é de excepcionalidade”, disse o líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA).

Já o líder do PT, Afonso Florence (BA), afirmou que o regimento determina dias regulares e que a atipicidade de uma sessão no fim de semana joga para a “desestabilização”. “Não há necessidade e justificativa regimental para entrar no sábado e no domingo”, argumentou.

O líder do PSOL, Ivan Valente (SP), disse que sessões no fim de semana servem para criar “factoides”.

Cobrança. O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) voltou a cobrar do Supremo Tribunal Federal uma definição sobre o pedido de afastamento do presidente da Câmara. “No Conselho de Ética, demora meses. E com relação à presidenta Dilma tem reunião sexta, finais de semana. Acho que o STF tem obrigação de afastar Cunha antes do julgamento do processo de impeachment”, afirmou.

Cunha disse não haver impedimento para a realização de sessões aos fins de semana. “Pode votar, desde que convoque com antecedência prévia”, declarou.

VOTAÇÃO DE PARECEU

Participantes Parecer do relator Jovair Arantes deve ser discutido por 108 inscritos e 25 líderes, o que deve resultar em 30 horas de debate.

Sessões

Há sessões extraordinárias marcadas em dois horários, um ès 12h e outro às 15h de forma a evitar a anulação da reunião em caso de falta de quórum no primeiro horário. Os deputados devem gastar três horas votando.

Temor

Há uma expectativa de que a votação se estenda desta tarde até domingo, embora 0 presidente da Comissão Especial, Rogério Rosso, tenha se comprometido ontem a não fazê-lo.

Domingo

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, defende a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff no domingo.

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