Apesar da articulação do Palácio do Planalto com prefeitos para que eles pressionem as bancadas de suas legendas na Câmara pela aprovação da CPMF, líderes partidários se dividem quanto ao efeito desse lobby.
Governistas dizem que a pressão é fundamental para destravar a tramitação da CPMF, que ainda não tem nem relator na Câmara.
“Se houver recursos para os prefeitos, o efeito é muito forte. Parlamentares são, acima de tudo, municipalistas. Uma vez distribuídos os recursos para municípios, você tem uma diminuição de resistência muito forte”, disse o líder do PSD, Rogério Rosso (PSD). “Não vejo pressão, mas, se tiver participação dos prefeitos, muda a figura”, disse Jovair Arantes (GO), líder do PTB.
Já o líder do PSC, André Moura (SE), disse não acreditar em efeitos práticos da pressão. “A gente já contempla os prefeitos nas emendas parlamentares, a gente vai para a campanha deles. A culpa das prefeituras estarem quebrando é do povo? O povo é quem paga a conta?”, questionou Moura.
Bruno Araújo (PE), líder do PSDB, concordou com Moura. “Não vai ser distribuindo pedacinhos de maldade que vai mudar (a percepção de que a população não quer novos impostos). Nem em um momento de alta popularidade de Lula ele conseguiu segurar a CPMF, com apoio de todos os governadores”, disse Araújo. /DANIEL CARVALHO