ANDREZA MATAIS MARCELO DE MORAES
Disputa pela sucessão da Câmara será tensa
A disputa pela presidência da Câmara, aberta com a renúncia de Eduardo Cunha, será sangrenta. Favorito entre os inúmeros candidatos, Rogério Rosso (DF) sofrerá os maiores ataques. Será cada vez mais relacionado como candidato de Cunha, escolhido por ele para manobrar a seu favor no processo de cassação. Um importante líder sinaliza a temperatura: “Rosso sai com uma base de votos, mas vai realizar uma campanha contaminada”. Rodrigo Maia (RJ), outro nome forte, já foi alinhado a Cunha, mas a pecha deverá mesmo ficar com Rosso.
– Dono da bola. Peemedebistas não querem um nome “hostil” a Cunha no comando da Casa. Se não houver consenso em torno de Rosso, podem lançar Osmar Terra, Sérgio Souza ou Carlos Marun.
– Caça-votos. A campanha dos candidatos à sucessão de Cunha já começou. Deputados receberam telefonemas com ofertas de toda sorte em troca de voto. Foram oferecidos cargos, relatorias de projetos, CPIs…
– Calendário. O rascunho da carta de renúncia de Cunha estava pronto desde segunda-feira. Pensou em renunciar na terça, adiou para quarta, mas, por causa do aniversário de uma das filhas, se despediu ontem.
– Próximo passo. Após a renúncia, aliados de Cunha voltaram a bater na tecla da delação premiada. Dizem que o peemedebista não descarta a possibilidade.
– Teatro vazio. No Congresso, discursos apaixonados têm sido proferidos para ninguém. Ou melhor, apenas para espectadores das TVs Câmara e Senado. Semana passada, Humberto Costa (PT-PE) defendia Dilma Rousseff para cadeiras vazias no plenário.
– Ligeirinho. Renan Calheiros vai agilizar a votação do projeto que criminaliza o abuso de autoridade. O texto será votado apenas em uma comissão antes de seguir para o plenário.
– Inquérito. O governo de Pernambuco minimiza a suposta interferência política nas investigações da morte do empresário Paulo Morato, alvo da Operação Turbulência. Interlocutores dizem que essa acusação tem motivação eleitoral.
– Quem pesa. A equipe econômica deu um sinal de força com o presidente em exercício Michel Temer ao ganhar a queda de braço com a ala política na discussão sobre a meta fiscal.
– Do meu jeito. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, insistiu que déficit mais baixo passaria mensagem de credibilidade para mercado e investidores. Já a ala política queria déficit maior para dar flexibilidade ao governo em 2017.
– Deixa disso. As duas alas negam que tenha havido confronto de opiniões.
– click. O senador Humberto Costa (PT-PE) publicou foto do aniversário. No post, dá fatia de bolo “ao futuro prefeito do Recife”, pré-candidato João Paulo Lima (PT).
– Tentativa. Até poucas horas antes do anúncio oficial da aliança com João Doria (PSDB), o PP paulistano foi procurado por Celso Russomanno (PRB) e seus aliados para mudar de lado. Os dirigentes do partido mantiveram o acordo.
– High tech. O governo prepara programa para estimular a emancipação de beneficiários do Bolsa Família, principalmente de jovens entre 15 anos e 25 anos. A ideia é criar startups que gerem emprego.
COM DANIEL CARVALHO, LUISA MARTINS E LUIZA POLLO. COLABOROU ISABELA BONFIM.
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– SINAIS PARTICULARES. Eduardo Cunha, deputado federal
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BOMBOU NA INTERNET
Flávio Dino
Governador do Maranhão (PCdoB-MA)
No Twitter: “Nenhuma meta fiscal aceitável será atingida com a taxa de juros em crescimento, como hoje. Os custos da “bolsa-banqueiro” são absurdos.”