O Estado de S. Paulo | Coluna do estadão

ANDREZA MATAIS

MARCELO DE MORAES

Sem cargos, aliados já ameaçam se rebelar

A decisão de Michel Temer de suspender a nomeação para cargos no governo abriu crise na base aliada. Irritado pela pressão e briga por espaço no governo, Temer freou o processo para reverter a sensação de loteamento de postos públicos. Os cargos serão preenchidos depois da votação da “Lei das Estatais”, que exige alta qualificação técnica para diretoria ou presidência de estatais e fundos de pensão. A gritaria foi imediata. Afinal, estão em jogo 400 diretorias e outros 700 cargos em órgãos como Furnas, Conab, Eletrobrás, Cemig, Casa da Moeda.

– Toma lá… Deputados se queixam que ocupavam esses cargos antes da votação pelo impeachment de Dilma Rousseff. E que somente foram dispensando porque se alinharam a favor da posse de Temer. Agora, cobram do Planalto a devolução do espaço perdido.

– Dá cá. Experiente parlamentar governista vai direto ao ponto e avisa que, se os cargos não saírem, ninguém vota com o governo.

– Choveu no molhado. No apagar das luzes do seu governo, Dilma Rousseff já havia definido requisitos para nomeações em estatais, como veto a dirigentes de partidos políticos, a candidatos em disputa eleitoral e condenados por crimes que vedem acesso a cargos públicos.

– Também quero. A pressão por postos não está circunscrita à base de Temer. Aliado de Dilma, Orlando Silva quer manter o diretor financeiro da Ceagesp, Pedro Benedetti, no cargo.

– Compasso… O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, deve aguardar definição sobre o mandato da presidente Dilma para decidir sobre o pedido de investigação contra ela feito pela PGR.

– Welcome. O premiê inglês, David Cameron, manifestou ao governo interesse em ver a abertura da Olimpíada, em agosto.

– Te peguei. A PF indiciou um delegado, dois agentes e dois advogados por vazamento de informações da Lava Jato. Mensagem no celular de Marcelo Odebrecht deu a pista de que havia movimento nesse sentido.

– Não engolimos. A orelha do ministro Torquato Jardim ardeu ontem. Aguinaldo Ribeiro, Jovair Arantes e Rogério Rosso gastaram boa parte de uma reunião para criticá-lo por ter dito que o Centrão da Câmara foi montado “em nome da corrupção e da safadeza”.

– Pede desculpas. Os três líderes do Centrão decidiram exigir uma explicação, mesmo que informal, do ministro da Transparência.

Click. Depois de sinalizar voto contra o impeachment, o senador Romário (PSB-RJ) almoça com o deputado Silvio Costa (PTdoB-PE), aliado de Dilma.

– Luz de velas. Depois de ficar às escuras enquanto preparava sua defesa, Dilma enfrentou outro apagão no Alvorada sábado à noite. Ficou entre 21h e 23h no breu. Ela acha que foi sabotagem.

– Apelo . Eduardo Cunha ligou para o ministro Marcos Pereira pedindo o voto de Tia Eron. “Não é comigo”, ouviu.

– É Vasco. Pedro Parente arrancou risos de funcionários da Petrobrás ao responder qual era seu time. “Sou carioca. Torço para o time que está na liderança absoluta… da série B.”

COM DANIEL CARVALHO E LUIZA POLLO

– Sinais particulares. José Sarney e os senadores Romero Jucá e Renan Calheiros

BOMBOU NA INTERNET

Humberto Costa Senador (PT-PE)

No Twitter, batizou a obra de ‘Rampa Michel Temer’:

“É um meio de chegar à Presidência da República pela porta dos fundos.”

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