Petrobrás paga milhões por auditoria ineficaz
Andreza Matais
Marcelo de Moraes
A Petrobrás já gastou mais do que conseguiu resgatar com delações premiadas da Lava Jato na contratação de três escritórios de advocacia e de um grupo de notáveis para fazer um pente fino na empresa. A estatal desembolsou, até agora, R$ 370 milhões sem qualquer resultado efetivo. O valor é 61% maior do que os R$ 230 milhões que entraram nos seus cofres oriundos dos acordos de delação premiada. O atual conselho de administração, em março, considerou que os gastos continuados estão altos demais e cobrou os resultados do trabalho.
Herança. O grupo foi criado ainda na gestão da ex-presidente Graça Foster para auditar os contratos investigados na Lava Jato e identificar as falhas na governança que permitiram o esquema de corrupção.
Escolhido. O jornalista Ricardo Melo será nomeado presidente da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC). Ele vai acumular o cargo com a direção de jornalismo da emissora, que já exerce há nove meses.
Para constar. Aliados da presidente Dilma Rousseff admitem que a participação dela em eventos das centrais sindicais neste domingo não marcará nenhum ponto de virada contra o impeachment. Segundo um deles, trata-se apenas de um “jus espemeandus”, ou o direito justo de espernear.
Desânimo. O desânimo da presidente, aliás, tem sido constatado pelos seus auxiliares mais próximos. Segundo eles, Dilma está desolada, ainda remoendo as traições de aliados na votação do impeachment.
Sobe. O crescimento do PSD já causa ciumeira no Congresso. Gilberto Kassab deve ganhar pasta em eventual governo Temer e Rogério Rosso ganha fôlego
Última cartada. O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, vai procurar nesta semana a oposição para reforçar a defesa da presidente Dilma antes da votação do parecer do impeachment no Senado.
Ministério laico. O senador ruralista Blairo Maggi (PR-MT) irritou-se com a possibilidade de a Agricultura ficar com o PRB num eventual governo Temer. “Vão entregar para o bispo?”, questionou.
Pé do ouvido. Após o rompante, Temer chamou Blairo para uma conversa reservada na tentativa de contornar a situação.
CLICK. Kátia Abreu, ministra da Agricultura, uma das principais defensoras da presidente Dilma Rousseff contra 0 impeachment.
Lá e cá. Se a presidente Dilma for cassada, o ex-presidente Lula continuará sendo investigado no STF. Pela conexão de fatos na Lava Jato, parte da investigação ficará na Corte e parte irá para Sérgio Moro.
Cerco. Cresce na PGR avaliação de que Lula chefiou o petrolão.
Científico. No documento Travessia Social que contém as políticas sociais de um eventual govemo Temer, o PMDB ressuscita as nomenclaturas “4 a série” e “segundo grau”, substituídas há quase uma década por 5 0 ano e ensino médio.
A SEMANA
Quarta-feira, 4 de maio
Comissão do Senado recebe parecer do impeachment
O senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) lê seu relatório que pedirá o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Sexta-feira, 6 de maio
Comissão do Senado vota processo de impeachment
A comissão do Senado vota o relatório de Anastasia que, aprovado ou não, segue para o plenário da Casa.