Em alusão ao dia 28 de julho, quando se comemorou o Dia do Agricultor, rememoro uma recente pesquisa, que enlaça como um abraço o coração de quem deposita sua força de trabalho, seus sonhos e esperanças no pedaço de terra, cultivado todo dia, sob o sol e a chuva, sem domingo nem feriado e muito menos férias, para prover sua subsistência e alimentar o planeta. O estudo mostra que o campo mudou, mas a população urbana também. Das modificações registradas, pinço a principal: o novo agro está valorizado.
Muito importante para a economia nacional é como 81,3% da população brasileira considera o agronegócio. Igual importância têm os agricultores para a vida dos brasileiros, na opinião de 83,8% dos entrevistados. O produtor desfila ao lado das demais quatro atividades mais importantes na percepção do cidadão urbano – médico (97,1%), professor (95,8%), bombeiro (94,3%) e policial (83,9%) –, atingindo avaliação máxima (92,8%) no Nordeste. O setor fica em quinto lugar entre os considerados mais avançados e “orgulho nacional”, além de ser comparado à construção civil sob o aspecto de empregabilidade. O povo também coloca a agricultura brasileira como a número um do planeta.
Os dados são da pesquisa sobre a percepção da população urbana dos 12 maiores centros populacionais em relação ao agronegócio. Realizada pela Associação Brasileira de Agribusiness (Abag) e pelo Núcleo de Agronegócio da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), traz o alento de que o cidadão urbano demonstra reconhecimento pelas atividades de toda cadeia produtiva, assim como nutre carinho pelo trabalho rural e valoriza o produtor.
Ganhamos elementos claros para trabalhar esse sentimento positivo, assim como sabemos onde estão os maiores empecilhos a serem enfrentados para ampliar o reconhecimento da nação. A assimilação das informações sobre sucessivas perdas e prejuízos enfrentados pelos produtores contribuirá muito na árdua tarefa de convencer o governo a dar a devida atenção ao setor. Principalmente, aos míni, pequenos e aos da agricultura familiar.
Pequenos produtores, como os de Mogi e Região, respondem por metade da produção agropecuária nacional. O agronegócio representa cerca de R$ 1 trilhão do PIB (soma de todas as riquezas) do Brasil. A população jovem é quem menos reconhece a figura do produtor rural. Daí, o fundamental trabalho das lideranças nos canais de comunicação preferidos desse público, como os da internet. Precisamos nos comunicar melhor para transmitir a mensagem. Agora, com o adubo da valorização. Parabéns, agricultor!
*Junji Abe é deputado federal pelo PSD-SP