O pernambucano Raul Jungmann, do PPS, vai assumir o Ministério da Defesa do governo do presidente interino Michel Temer. Jungmann tem 64 anos e está no seu terceiro mandato como deputado federal – esteve no cargo de 2003 a 2011 e voltou como suplente em 2015.
Na Câmara, é membro titular das comissões permanentes de Constituição e Justiça e de Cidadania; e de Cultura. Também participou como titular de comissões especiais e parlamentares de inquérito, como a Comissão Especial da Lei Orgânica de Segurança Pública e as CPIs do BNDES e dos Fundos de Pensão.
Ex-ministro de FHC, Jungmann assume ministério da Defesa
No seu primeiro mandato como deputado federal, Raul Jungmann foi vice-presidente da CPI Mista dos Sanguessugas, que investigou fraudes em emendas parlamentares para a compra de ambulâncias superfaturadas, e um dos autores da proposta de emenda constitucional, aprovada em 2006, que colocou fim ao pagamento de salários extras aos deputados e senadoresquando ocorriam as convocações extraordinárias do Congresso Nacional.
Jungmann foi secretário-geral da Frente Brasil Sem Armas e atuou no Congresso para a realização do referendo sobre o comércio de armas de fogo e munição no país, em 2005, quando defendia a proibição da comercialização de armas em todo o território nacional. Ainda preside a Frente Parlamentar pelo Controle de Armas, pela Paz e pela Vida, para a defesa do Estatuto do Desarmamento.
Em 2012, foi eleito vereador no Recife (PE) e atuou nas áreas de mobilidade urbana, saúde pública, do meio ambiente e patrimônio histórico-cultural.
No início dos anos 1980, participou ativamente do movimento Diretas Já, à época filiado ao MDB, partido político brasileiro que abrigou os opositores do Regime Militar de 1964. Após a redemocratização, filiou-se ao PCB e ajudou a fundar o PPS.
Atuações no Executivo
Em 1990 e 1991, Raul Jungmann foi secretário de Planejamento de Pernambuco. No governo Fernando Henrique, foi ministro do Desenvolvimento Agrário, presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Conselho de Administração do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Também foi secretário-executivo do Ministério do Planejamento em 1993 e 1994, no governo de Itamar Franco.
Durante quatro anos à frente da presidência do Incra, trabalhou pela reforma agrária e, a partir do combate à grilagem de terras, conseguiu transferir para o Ministério do Meio Ambiente 20 milhões de hectares. Em parte destas terras na Amazônia, foi criado o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, o maior parque de preservação ambiental do país, com mais de 3,8 milhões de hectares.
Improbidade
Em 2007, Jungmann foi denunciado por improbidade administrativa pela Procuradoria da República no Distrito Federal acusado de ter liderado um esquema de compra de notas fiscais e superfaturamento, que resultou no desvio de R$ 33 milhões em recursos públicos para o pagamento de contratos de publicidade do Incra, entre 1998 e 2002. A ação foi arquivada em 2011 porque o crime prescreveu.
Jungmann é defensor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, mas não participou da votação no dia 17 de abril na Câmara, já que é suplente do deputado federal André de Paula (PSD-PE). Secretário de Cidades de Pernambuco, André de Paula reassumiu o cargo apenas para votar a favor do impeachment.