O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), previu nesta segunda-feira, 12, que será difícil o colegiado analisar ainda este ano consulta feita pelo líder do PSD, Rogério Rosso (DF), para saber se um presidente da Casa eleito para mandato-tampão pode tentar se reeleger.
É difícil, afirmou Serraglio a jornalistas. Segundo ele, se não houver sessões na Câmara na próxima semana, como previsto por alguns líderes, dificilmente haverá tempo hábil para analisar a consulta. Durante essa semana, a pauta do colegiado está dominada pela PEC da reforma da Previdência.
A consulta de Rosso visa barrar a articulação do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para tentar ser reconduzido ao cargo em fevereiro de 2017. O deputado fluminense foi eleito em julho deste ano para um mandato de sete meses, após o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) renunciar ao comando da Casa.
Rosso é um dos pré-candidatos do Centrão grupo de 13 partidos da base aliada liderado por PP, PSD e PTB que quer disputar a sucessão de Rodrigo Maia em 2017. O líder do PTB na Câmara, deputado Jovair Arantes (GO), também se articula para ser candidato.
Caso a consulta seja analisada pela CCJ, tanto o Centrão quanto Maia terão de mobilizar seus aliados para aprovar um parecer favorável a seus interesses. Se o Rosso está animado assim, deve saber o que está fazendo. Assim como o Rodrigo, afirmou Osmar Serraglio.
O líder do DEM na Câmara, deputado Pauderney Avelino (AM), saiu em defesa de Maia e criticou a consulta do PSD. O Rodrigo e o partido não têm nenhuma decisão ainda de que ele será candidato. Agora parece que a gestão dele, que é propositiva, que pacificou a Câmara, está incomodando, disse ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.
Avelino também previu que dificilmente a CCJ conseguirá analisar a consulta ainda este ano, antes da disputa pela Mesa Diretora, prevista para fevereiro de 2017. Será que vai dar tempo de votar com essa pauta carregada que temos?. Acho difícil, disse o líder do DEM.