Paula Barra
Segundo o presidente do colegiado, na ausência do titular, votará o suplente do bloco; o processo de votação deve durar cerca de cinco horas
SÃO PAULO – O presidente da comissão do impeachment, Rogério Rosso (PSD-DF), confirmou nesta sexta-feira (8) que a sessão para votação do processo de impedimento da presidenteDilma Rousseff terá início às 10h (horário de Brasília) da próxima segunda-feira. Hoje, ocorre a sessão para discutir o parecer do deputado Jovair Arantes (PTB-GO). A sessão começou há pouco e terá que ser encerrada até as 3h da madrugada de amanhã (9). Esse foi o acordo firmado pelos partidos com o presidente do colegiado no início da tarde desta sexta-feira, depois de quatro dias de tentativa de negociação.
O processo de votação deve durar cerca de cinco horas, considerando que a votação só ocorre depois da manifestação de líderes e orientações de bancada. Segundo Rosso, na ausência do titular, votará o suplente do bloco.
O resultado da votação será lido na próxima sessão ordinária do plenário da Câmara, o que deve ocorrer na terça-feira (12), para que seja publicado no Diário da Casa no dia seguinte. Quarenta e oito horas depois, o parecer entra na Ordem do Dia da Casa para ser discutido e votado pelos 513 deputados. Qualquer decisão, precisa de dois terços dos votos. Mais cedo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criticou os deputados que optarem por se ausentar da decisão do impedimento da presidenta Dilma.
“Acho muito pouco provável que algum parlamentar queira ficar para a história como ausente, sob suspeição por não participar de um processo desse. Dificilmente ele conseguirá explicar a seus eleitores por que esteve ausente. Aqueles que têm sua posição vão exercê-la aqui, seja para um lado ou para outro”, disse, ao declarar que a ausência será interpretada como não acolhimento à denúncia.
Eduardo Cunha ainda repetiu as informações sobre o rito do processo e negou que o esteja conduzindo para que a votação ocorra no fim de semana, na busca pelo apoio de manifestantes nos arredores do Congresso Nacional. “Não sou favorável, nem contrário. A adesão popular acontecerá no dia em que houver votação e em qualquer circunstância. Não vejo isso como estímulo ou desestímulo, mas como consequência natural de um processo que precisa ser encerrado”. As previsões de Cunha indicam uma discussão lenta que poderá levar mais de um dia. “O impeachment do Collor foi feito em dois dias. São 513 parlamentares, o que pode resultar em oito horas de votação. Prevejo no mínimo três dias de sessão. Não quer dizer que vá acabar no domingo. Pode acabar na segunda. Isso já aconteceu várias vezes na Casa”, disse.
(Com Agência Brasil)