Ministro do Planejamento substituirá Joaquim Levy na chefia da pasta.
Levy assumiu a pasta em janeiro e comandou neste ano ajuste fiscal.
Veja a repercussão política da escolha do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, para o Ministério da Fazenda, no lugar de Joaquim Levy: Deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), líder da oposição na Câmara “É no mínimo preocupante a notícia da nomeação do ministro Nelson Barbosa para o Ministério da Fazenda. Em primeiro lugar, trata-se de um dos principais responsáveis pelo duplo rebaixamento do Brasil pelas agências internacionais de risco – por ter desprezado, seguidamente, as metas de superávit. Em segundo, e mais grave, é uma sinalização de que a presidente Dilma Rousseff quer comandar pessoalmente a economia, como indicou pela manhã desta sexta-feira o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner. A crise de confiança cresce com a mudança ministerial.
O risco é de aumento da turbulência financeira, e de aprofundamento da recessão.” Deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), líder do PSOL na Câmara “O Nelson tem uma visão desenvolvimentista, não tem aquela visão do ajuste puro e duro. O Levy era muito vinculado à concepção dos rentistas. Então, o Nelson Barbosa tem essa ligeira inflexão, mas a crise é tão grande que eu não sei se ele tem muita margem para onde caminhar. Todo novo ocupante de cargo chega com alguma expectativa positiva. Agora, eu não sei exatamente que inflexão ele vai fazer. O ajuste puro e duro do Levy não funcionou, a verdade é essa. Aliás, não teve nem respaldo legislativo. Eu acho que o Nelson Barbosa dialoga mais, ele tem mais capacidade de interlocução, inclusive com o parlamento, e está mais alinhado com o governo. Era um governo muito esquizofrênico. A Dilma tinha uma visão, que ficava meio reprimida pelo Levy, que chegou com muito poder, mas esse ano foi o do enfraquecimento dele.” Deputado José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara “O Nelson é um desenvolvimentista nato.
Ele saberá imprimir o ritmo necessário para a retomada do crescimento da economia brasileira. No Congresso, votamos quase tudo do ajuste fiscal. O Congresso deu uma grande colaboração, votamos praticamente todas as medidas, e acho que vamos continuar com a mesma determinação e a mesma pegada para votarmos o necessário para a retomada. O que é fundamental no momento é nós estabelecermos que o discurso é crescimento. Vamos virar a página do ajuste e apostar na produção.” Deputado Mendonça Filho (DEM-PE), líder do DEM na Câmara “É uma volta ao passado. Não tem mágica. Quem afundou o Brasil foi a política da famigerada matriz econômica do Guido Mantega e tudo indica que o PT conspirou contra o Levy para botar o Barbosa para retornar ao passado tenebroso dessa política fiscal que afundou o Brasil. Sem dúvida, vai ser um indicativo pior para o mercado. É um sinal de que não tem compromisso com equilíbrio fiscal, tem uma política frouxa, dominada pelo petismo e que vai significar uma deterioração e até um colapso econômico do país.
Recessão a gente já tem, a maior do Brasil republicano desde 1901 e agora com a sinalização que retorna a esse passado. Eu tenho um respeito pessoal ao Barbosa, mas ele espelha e vai retratar essa vocalização do petismo.” Deputado Rogério Rosso (DF), líder do PSD na Câmara “O ministro Nelson é um bom nome e compreende a vocação produtiva do país, além de conhecer como poucos as principais demandas da economia produtiva nacional.” Ronaldo Caiado (GO), líder do DEM no Senado “Agora, o governo vai acabar de se enterrar mesmo. Vejo com muita preocupação. Porque o Barbosa é um homem que não é nenhuma referência no campo nacional nem no internacional. O Barbosa é mais um burocrata da presidente. Vai ser um ministro figurativo. A presidente não tem mais ninguém pra colocar. Ninguém em mente sã vai pro Ministério da Fazenda. A Dilma usou Levy, quem vai substituí-lo não tem pegada, não tem realce, não tem reconhecimento.
É uma substituição que não produzir efeito nenhum, a não ser a queda da bolsa. O Levy sempre foi um corpo estranho. Eles usaram o Levy, que acreditou no PT. Uma pessoa que tinha um prestígio na área financeira e que de repente foi usado muito mais como pano de fundo pro governo responsabilizá-lo por aquilo que não era simpático ao PT. O Levy deve tá frustrado, tinha uma meta, um sonho, achava que podia ser aplicado. Existem essas pessoas que caem no conto do vigário por não ter muita percepção política. Agora, Levy vai ficar sendo lembrado como uma pessoa que fracassou à frente do Ministério da Fazenda.” Deputado Sibá Machado (AC), líder do PT na Câmara “É uma excelente escolha. Dentro da bancada já havia um espírito de torcida em torno do nome dele. A avaliação é que temos que ter um ministro da Fazenda em 2016 com olhar mais aguçado sobre o setor produtivo. O sistema financeiro fica dando o tom do Ministério da Fazenda, mas está na hora de fazer o setor produtivo crescer.
Quem põe a comida na mesa é o setor produtivo. O Nelson é a pessoa chave para isso. Da nossa parte estamos muito bem servidos na expectativa do novo ministro da Fazenda.” Deputado Sílvio Costa (PT do B-PE), vice-líder do governo na Câmara “O ministro Nelson Barbosa é um especialista em gasto público, é um especialista em defender a revisão do tamanho do estado. É claro que o estado tem receita e despesa e o ministro Nelson Barbosa tem uma bandeira no sentido de reduzir o tamanho do estado, ele defende a reforma da Previdência, cortes de gasto público. Então, eu acho que o mercado vai responder bem a começar por essa visão de estado menor que ele defende. E, ao mesmo tempo, ele é eclético, entende sobre todos os pilares do estado. Acho que é uma escolha importante.”