Após delação de ex-diretor da Odebrecht, Temer se reuniu com ministros para discutir votações no Congresso e pacote para estimular a economia.
Michel Temer se reúne com aliados para discutir os impactos da delação da Odebrecht
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, oferece neste domingo (11), por volta das 21h, um jantar para parlamentares em sua residência para discutir as votações previstas para esta semana.
Também deve participar do encontro do presidente Michel Temer, que mais cedo se reuniu com o ministro Eliseu Padilha, da Casa Civil, com Moreira Franco, secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). Foi a primeira reunião após a delação do ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht, Cláudio Melo Filho.
No jantar na casa de Rodrigo Maia, devem ser discutidas as votações previstas para esta semana. A intenção é discutir a pauta que o governo ainda quer aprovar no Congresso Nacional antes do recesso parlamentar, que envolve o segundo turno da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do teto de gastos, que deve ser votada nesta semana no Senado Federal, a Lei de Diretrizes Orçamentárias.
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Governo Temer tem aprovação de 10% e reprovação de 51%, diz Datafolha
Também deve ser discutida a tramitação da proposta de reforma da Previdência. A expectativa é que reforma da Previdência seja aprovada na CCJ nesta semana e que seja instalada a comissão especial sobre o assunto antes do recesso parlamentar, segundo Rodrigo Maia.
De acordo com informações da GloboNews, o governo quer mostrar que não pode ficar parado por conta da operação Lava Jato – que apura irregularidades na Petrobras.
Pesquisa do Datafolha divulgada neste domingo informa que o governo Temer tem aprovação de 10% e reprovação de 51%. Índice dos que consideram o governo regular foi de 34%. O Instituto ouviu 2.828 pessoas com 16 anos ou mais nos últimos dias 7 e 8.
Pacote para estimular a economia
Segundo o deputado Rogério Rosso (PSD-DF), que participou da reunião com Temer e seus ministros, o presidente Michel Temer está fechando, com a equipe econômica, os últimos detalhes de um pacote para estimular a economia – que passa por forte recessão – e que provavelmente será anunciado nesta semana.
“O ministro [da Fazenda] Meirelles, outros ministros com certeza o farão, mas já o lançamento de um pacote pra geração de empregos e renda num curto prazo (…)”, declarou ele, acrescentando que essas medidas buscarão aumentar a geração de emprego e de renda.
“Eu tenho tenho insistido muito também, né, como líder, como parlamentar, como cidadão de que a economia produtiva brasileira precisa ser reativada o mais rápido possível com ações imediatas. Então, o presidente vai fazer isso. Eu senti ele muito sereno, muito tranquilo, confiando muito nas instituições. Então eu achei que foi um excelente encontro”, concluiu Rosso.
Questionado se Temer falou sobre a delação do ex-diretor da Odebrecht, Cláudio Melo Filho, Rosso afirmou que o presidente comentou que o foco dele é o ajuste fiscal, e que “ele confia muito nas instituições, que ele confia muito na independência dos poderes, que ele confia muito exatamente na questão do poder judiciário, das investigações”.
Mas o presidente Michel Temer também disse, ainda segundo relato do deputado, “que nada vai tirar o foco do ajuste fiscal e que são coisas independentes”.
Delação de ex-diretor da Odebrecht
No acordo de delação premiada, Cláudio Melo Filho dedica um capítulo ao relacionamento que tinha com o presidente Michel Temer. O nome do presidente é citado 43 vezes no seu depoimento. Também foram citados Moreira Franco, Eliseu Padilha, e vários outros parlamentares.
Nos bastidores, segundo apurou a GloboNews, integrantes do governo dizem que está descartada por hora qualquer tipo de demissão de ministros citados na delação. O governo pretende, primeiro, aguardar como serão os inquéritos que a Procuradoria Geral da República vai apresentar enquadrando esses políticos em caixa 2 ou corrupção. Só depois disso o governo vai tomar alguma medida.
Enquanto não tiver esses inquéritos, discurso do governo é de que que existem vazamentos, que delação não foi homologada ainda, e que informações do ex-diretor da Odebrecht, Cláudio Melo ainda precisam ser comprovadas.