Presidente em exercício foi convidado para almoço com líderes partidários.
Na última sexta (19), Temer e Maia se reuniram em SP com Renan Calheiros.
O presidente em exercício Michel Temer participa nesta segunda-feira (22) de almoço com líderes de sua base aliada na residência oficial do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). No encontro, segundo a assessoria do Planalto, serão discutidos projetos em tramitação na Câmara que são considerados prioritários pelo governo.
Temer chegou à casa de Maia, às 13h22, acompanhado do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, responsável pela articulação política com o Congresso Nacional, também estava presente.
Ao chegarem à casa de Maia, os líderes do PSD, Rogério Rosso (DF), e do PP, Aguinaldo Ribeiro (PB), afirmaram que eles devem debater com Temer na reunião-almoço detalhes da votação, prevista para a noite desta segunda, dos destaques apresentados pelos deputados ao projeto de renegociação da dívida dos estados.
PEC será avaliada pelo Congresso
Os dois líderes governistas disseram que, mesmo sendo uma segunda-feira, mais de 90% dos integrantes de suas bancadas estarão presentes no plenário.
Entre os projetos classificados como prioridade pelo governo Temer também está a Desvinculação das Receitas da União (DRU), que permite que o Executivo federal utilize livremente parte de sua arrecadação, e o Orçamento de 2017.
Paralelamente a esses temas, Temer quer aprovar até o final do ano as medidas propostas pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para equilibrar as finanças federais. Um dos projetos sugeridos por Meirelles é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita o aumento dos gastos públicos à inflação do ano anterior.
Temer já se reuniu com Maia, em São Paulo, na última sexta (19). Na ocasião, também participaram do encontro o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), ministros da equipe econômica, e os líderes do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), e no Senado, Aloysio Nunes (PSDB-SP).
De acordo com assessores de Temer, a pauta da reunião de sexta-feira também foi centrada nas propostas de interesse do Executivo que tramitam no Legislativo.
Dono de um estilo mais articulador, o presidente em exercício mudou a forma de fazer a interlocução com o Congresso desde que assumiu interinamente o comando do país. Nos últimos três meses, para agradar e atrair deputados e senadores, o peemedebista ofereceu cafés da manhã, almoços e jantares a líderes de bancada.
Ele também tem participado de encontros nas casas de deputados e senadores e utilizado seus discursos para defender uma relação de “harmonia” entre o Planalto e o Congresso.
Os outros líderes partidários que estavam presentes na reunião desta segunda foram Pauderney Avelino (DEM-AM), Paulo Pereira da Silva (SD-SP), Antonio Imbassahy (PSDB-BA), Rubens Bueno (PPS-SP), Jovair Arantes (PTB-GO), Baleia Rossi (PMDB-SP), Aelton Freitas (PR-MG) e Evandro Gussi (PV-SP).
Medidas do governo Temer
A equipe econômica de Temer deverá finalizar nos próximos dias a proposta de orçamento para o ano de 2017 e a expectativa, segundo interlocutores do governo, é de que o documento final não contemple aumento de tributos. Porém, a peça orçamentária, ressaltam integrantes do governo, poderá trazer corte de despesas em relação ao estimado anteriormente.
O desenho final do Orçamento de 2017 deverá ser batido até a próxima quarta-feira (24), mas ainda não há data fechada para o anúncio dos números pelo governo. Pelas regras, a proposta de orçamento tem de ser apresentada ao Congresso até o fim de agosto.
Para o próximo ano, o governo já anunciou a meta de que o déficit primário (despesas acima de receitas, sem contar juros da dívida pública) fique em até R$ 139 bilhões para as suas contas o segundo maior da série histórica, que tem início em 1997.
O valor ficará abaixo, porém, da previsão de um rombo nas contas públicas de até R$ 170,5 bilhões neste ano.
O ano de 2017 será o terceiro seguido em que o déficit público fica acima da marca dos R$ 100 bilhões e o quarto com resultado no vermelho.
* Colaborou Alexandro Martello