G1 – Globo | Política: Renúncia de Cunha intensifica disputa pela presidência da Câmara

Waldir Maranhão marcou eleição para a próxima quinta-feira (14).

Aos menos oito deputados são considerados possíveis candidatos.

A renúncia do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à presidência da Câmara nesta quinta-feira (7) intensificou a corrida ao cargo, que, nos bastidores, já estava deflagrada. Até agora, há ao menos oito potenciais candidatos, sendo sete de partidos aliados, o que pode gerar um racha na base do governo. A eleição foi marcada para a próxima quinta-feira (14), às 16h, pelo presidente em exercício da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA). No entanto, o pleito pode ser antecipadado se o colégio de líderes, que reúne as lideranças dos partidosna Casa, entender que a votação deve ococorrer antes. Os líderes iniciaram reunião nesta quinta, por volta das 17h, para tratar do tema. A escolha do novo presidente da Câmara é de grande interesse para o governo. Quem assumir o cargo deverá definir a pauta de votações da Casa, que inclui projetos considerados pelo Executivo cruciais para a retomada do crescimento econômico. Um dos desafios para o governo, no entanto, é evitar um racha da base diante da fragmentação de candidaturas.

Deputado deixa presidência da Câmara

Possível racha na base aliada O chamado Centrão, bloco parlamentar informal que reúne os principais partidos que dão sustentação ao governo Temer na Câmara, é o que tem mais força para tentar emplacar um nome. Um dos mais cotados para o mandato-tampão até fevereiro de 2017 é o líder do PSD, deputado Rogério Rosso (PSD-DF). Aliado de Cunha e integrante da atual base aliada, ele ganhou destaque ao presidir a comissão especial do impeachment da Câmara que analisou o processo de Dilma Rousseff.

Oficialmente, ele nega estar interessado na vaga. Eu não sou candidato à presidência da Câmara, precisamos de um nome de consenso. O presidente da Câmara é o presidente de 513 deputados. Todos nós precisamos entender que não é uma eleição comum, não é uma eleição de dois anos, padrão. É uma eleição excepcional [para um mandato-tampão], disse Rosso. Outro cotado para a sucessão é o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), que foi relator na comissão do impeachment na Câmara e também compõe a base do governo. Ambos, porém, podem decidir ficar de fora deste pleito de olho na eleição de 2017, quando será escolhido o presidente da Câmara para um mandato de dois anos.

PSDB e DEM Partidos como o PSDB e o DEM, que ocupam ministérios no governo Temer, têm seus próprios nomes. O líder tucano, Antonio Imbassahy (BA), é o mais forte dentro da sigla. Entre os democratas, há Rodrigo Maia (RJ) e José Carlos Aleluia (BA). Sobre essa disputa interna, o líder do governo na Câmara, deputado André Moutra (PSC-SE) diz que não haverá mudanças “no compromisso que esses partidos têm com o governo”. André Moura contou que se reuniu no início da tarde com o presidente em exercício da República, Michel Temer, para discutir a situação. Ele informou que a orientação do governo é para que não haja nenhum tipo de interferência do Executivo na eleição para presidente da Câmara. Ele sabe entender e respeitar qualquer que seja o resultado, disse Moura. Mais nomes da base aliada Ainda na base aliada, uma ala do PMDB defende que, por ser o maior partidocom representação na Câmara, a vaga deveria ficar com a legenda. Um dos nomes considerados pelos parlamentares é o do presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Osmar Serraglio (PMDB-PR).

Primeiro-secretário da Câmara, o deputado Beto Mansur (PRB-SP) é outro nome possível para a disputa. Na avaliação dele, o próximo presidente da Câmara precisa ser um deputado com compromisso com as medidas econômicas propostas pelo governo do presidente em exercício Michel Temer.

O novo presidente da Casa tem que ser alguém que tope tocar uma pauta de maldade, uma pauta impopular. Esse deputado precisa ser alguém em consonância com o que é preciso fazer para auxiliar o governo em políticas de terceirização, mudança da lei trabalhista e defesa da Lei da Previdência, avaliou Beto Mansur, que defende que a eleição aconteça na quarta-feira (13).

O PSOL, que faz oposição ao governo Temer, planeja lançar um candidato próprio para marcar posição. O líder da sigla, deputado Ivan Valente (PSOL-SP), reconhece que as chances de ganhar são pequenas, uma vez que a bancada tem apenas seis parlamentares, mas considera necessário se diferenciar. Gestão de Waldir Maranhão A gestão de Waldir Maranhão, que assumiu interinamente o cargo há pouco mais de dois meses, é alvo constante de críticas. Ele chegou a cancelar sessões em que estava prevista a votação de matérias de interesse do Planalto. Na noite de quarta-feira (6), o governo sofreu a sua primeira derrota no plenário ao não conseguir aprovar um requerimento de urgência para o texto que trata da renegociação da dívida dos estados, o que fez acender a luz amarela no governo.

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